segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

DE 17 A 19.11.2016 - REGISTRO DE MAIS UMA AÇÃO VOLTADA À NARRATIVIDADE ORAL, POR UMA DAS ACADÊMICAS DA ABCH, EM SANTA CATARINA/BR

17.11.2016: A Confreira Ana Esther Balbão Pithan, para comemorar o aniversário da Vó Osmarina Maria de Souza, fez mediação de leitura na casa da aniversariante, com um delicioso café da tarde. Mediação de uma das crônicas do Livro "Baú de Crônicas", autoria da aniversariante, Acadêmica da Academia Brasileira de Contadores de Histórias - #ABCH
(As filhas da Aniversariante, estavam felizes)
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19.11.2016: Confreira Adriane Forster, a levar os encantamentos das histórias em roda, aos pequeninos. Infelizmente, não consegui ir assistir, nem ouvir. Entretanto, fico sempre a imaginar por meio das imagens que expressam a atenção dos ouvintes e os movimentos da narradora em cena. São cenas que nos fazem PENSAR, viajar... #ABCH
Capacitar Consultoria Pedagógica adicionou 13 novas fotos ao álbum "Contação de História" — com Adriane Forster em Livrarias Catarinense - Continente Park Shopping.
Outra tarde deliciosa na companhia de boas histórias na Livraria Catarinense do Continente Shopping! ❤️📚

MINHA CASA TERRESTRE

Sobre minha casa terrestre, pousa pássaros diversos: sabiás, canários, bem-te-vis, pombas rolas, pardais, andorinhas, correcas, chupins, gaviões e anús. Sempre vem um por vez, quando o confronto não se estabelece entre algumas espécies. 
O gavião, por exemplo quando chega, os demais somem. Só as minhas calopcitas que ficam em desespero sem saber que o Senhor Gavião só fica a lhes desejar com o bico cheio de imaginação.

A Senhora Sabiá, estica o peito a soltar a sua melodia, sempre próximo das cinco horas da manhã. Também solta o canto de "Boa Noite... próximo das dezoito hora. É incrível o seu segundo canto. É de desperta saudades e coçar os fios da memória...
A Dona Correca construiu seu ninho no vão do telhado da minha área de bagunça. Ela faz o seu reco-reco-reco todas as horas de tratar os filhotes, mesmo com uns insetos maiores que o seu próprio bico ela consegue anunciar a sua presença. É um encantamento só, lá dentro do ninho. Só dá pra ver alguns biquinhos de fora à espera do delicioso alimento. Outro dia um filhote caiu no chão e a mãe ficava a lhe dar proteção. Até que ele conseguiu voltar ao ninho.
A Dona Chupim tem costume de por os seus filhos no ninho dos outros. Em outra ocasião, na Primavera de 2015, ela colocou dois filhotes no ninho da D. Correca que os criou sem preconceito. Os dois ficaram gigantes, maiores que os pais e os dois irmãos adotivos. Meu marido tirou um deles do ninho e ganhou algumas bicadas da Dona Correca. O jeito foi colocar o filhotão de volta ao ninho.
Os canarinhos sempre procriam nas carinhas colocadas na parede. Lindo de ver a atenção dos pais aos filhos. Em dia de vento e chuva eles não cantam.
Os jovens pardais e seus pais são de Famílias numerosas. Quando chegam, vem em bando, numa só barulheira. São tantos PIO PIO PUO... de embaralhar os ouvidos da gente... Eu gosto de recebê-los porque sei que, sempre após uma ameaça de temporal, se eles chegam logo o tempo começa a clarear...
O Sr. Bem-te-vi quando chega a abrir as suas asas, após a calmaria de um momento de chuva, em seguida o céu volta a ficar azul e branco. Minha Vó Filomena foi quem me ensinou sobre o esgaçar das asas de um Jovem ou um Senhor Bem-te-vi.
Agora, por exemplo, aqui em Florianópolis o tempo fechou com vento forte e muita chuva. Logo, após o acalmar do Senhor Tempo, chegou o Bem-te-vi com seu canto a esgaçar as asas olhando para o céu. Atrás dele veio uma turma de pardais numa cantoria só. É incrível o saber humano popular: o vento e a chuva se foram e o Sol soltou seus raios. Os fios elétricos ficaram enfeitados de pássaros.
Querem saber mais? Uma menina vai contar mais no Livro com Lançamento neste ano. Em breve você será convidado. O livro tem crianças perguntadeiras...
A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé e atividades ao ar livre
Sobre minha casa terrestre, pousa pássaros diversos: sabiás, canários, bem-te-vis, pombas rolas, pardais, andorinhas, correção, chupins, gaviões e anús (Aquele pássaro agourente). Sempre vem um por vezes, quando o confronto não se estabelece entre algumas espécies. 
O Sr. Gavião, por exemplo quando chega, os demais somem. Só os meninos calopcitas que ficam em desespero sem saber que o Senhor Gavião só fica a lhes desejar, com o bico cheio de imaginação.

A Dona Sabiá solta a sua melodia próximo das cinco horas e um canto de boa noite, próximo das dezoito hora. É incrível o seu segundo canto. É de desperta saudades...

A Dona Correca construiu seu ninho no vão do telhado da minha área de bagunça. Ela faz o seu reco-reco-reco todas as horas de tratar os filhotes, mesmo com uns insetos maiores que o seu próprio bico ela consegue anunciar a sua presença. É um encantamento só, lá dentro do ninho. Só dá pra ver alguns biquinhos de fora à espera do delicioso alimento. Outro dia um filhote caiu no chão e a mãe ficava a lhe dar proteção. Até que ele conseguiu voltar ao ninho.
A Dona Chupim tem costume de por os seus filhos no ninho dos outros. Em outra ocasião, na Primavera de 2015, ela colocou dois filhotes no ninho da D. Correca que os criou sem preconceito. Os dois ficaram gigantes, maiores que os pais e os dois irmãos adotivos. Meu marido tirou um deles do ninho e ganhou algumas bicadas da Dona Correca. O jeito foi colocar o filhotão de volta ao ninho.
Os canarinhos sempre procriam nas carinhas colocadas na parede. Lindo de ver a atenção dos pais aos filhos. Em dia de vento e chuva eles não cantam.
Os jovens pardais e seus pais são de Famílias numerosas. Quando chegam, vem em bando, numa só barulheira. São tantos PIO PIO PUO... de embaralhar os ouvidos da gente... Eu gosto de recebê-los porque sei que, sempre após uma ameaça de temporal, se eles chegam logo o tempo começa a clarear...
O Senhor Bem-te-vi quando chega a abrir as suas asas, após a calmaria de um momento de chuva, em seguida o céu volta a ficar azul e branco. Minha Vó Filomena foi quem me ensinou sobre o esgaçar das asas de um Jovem ou um Senhor Bem-te-vi.
Agora, por exemplo, aqui em Florianópolis o tempo fechou com vento forte e muita chuva. Logo, após o acalmar do Senhor Tempo, chegou o Bem-te-vi com seu canto a esgaçar as asas olhando para o céu. Atrás dele veio uma turma de pardais numa cantoria só. É incrível o saber humano popular: o vento e a chuva se foram e o Sol soltou seus raios. Os fios elétricos ficaram enfeitados de pássaros.
Vou lhes falar: uma menina vai contar mais no Livro que vou lançar até o final deste semestre/2017. Em breve você será convidado. O livro tem crianças cristais e perguntadeiras...
Claudete T. da Mata

Boneca Menina veio me acordar. Querido leitor, estarei postando os últimos acontecimentos de 2016, para a constituição de minha história pelas estradas da minha militância pelo universo das narrativas orais.

A imagem pode conter: texto
Esta foi minha primeira experiência como escritora com uma das minhas escrituras editadas. Estou preparando meu primeiro livro para edição neste semestre e lançamento, assim estou esperando, ainda neste semestre. Estou trabalhando para uma edição independente. Mesmo sendo uma fortuna a edição de um livro no Brasil, encontrar patrocínio, é uma raridade. Os patrocinadores só auxiliam quem já está no meio com muitas edições. Quem ainda não tem nome, tem que ir à luta e editar suas obras por conta própria. É o que estou fazendo.
Não sou dedicada à poesia, mas sempre escrevo em homenagem a alguém. Em 2011, mergulhada num momento de inspiração, ao olhar o álbum de fotos de minha primogênita, escrevi esta poesia à minha  Boneca Menina - minha filha Nalin.
(Minha família na década de 1990 - Minha menina aos 2 anos de idade - o primeiro vestido de "festa junina da minha Boneca Menina)
No final de fevereiro de 2017, ela vai dar à luz à minha primeira neta, que ganhou o nome de Catharina.
Nenhum texto alternativo automático disponível.
(Imagem de ultrassom de Catharina, feita no início de janeiro) 
Agora estou a me inspirar para escrever um poema de Boas-vindas à minha neta.
Tenha uma mágica leitura!
Claudete T. da Mata

RELATO DE UMA DAS MINHAS ALUNA DA PÓS GRADUAÇÃO EM LITERATURA INFANTIL E JUVENIL, E A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS EM SALA DE AULA - PELA FACVEST

ENCANTAR E CONTAR HISTÓRIAS

Aluna: Solange Lourdes Pereira
Professora: Claudete
Relatório das aulas:

Bem ao me deparar com a professora a primeira coisa que me veio foi de como era uma figura exótica, senti algo diferente com relação aos outros professores. E não estava enganada depois de nos apresentarmos e ouvir sua história, e de como chegou até ali pude entender que a sensação que havia tido era de estar de frente a alguém especial. Sua primeira contação de história foi nos relatando sua trajetória de forma mágica e assim foi se passando o tempo e nossa manhã se foi em grande estilo.
Um contador de histórias precisa ir além do contar, ele precisa sentir e experimentar a história a ser contada para que esta faça sentido para quem o assiste, e foi isso que nos foi transmitido com tanta verdade no decorrer do nosso dia. Ver a leveza e a sensibilidade com que você conta uma história nos mostrou o quão é possível viajar em nossa imaginação e fazer com que outras pessoas viajem conosco. Foi incrível poder fazer um pouco do que aprendemos com você naquela tarde, e entender que a repetição e a persistência podem nos proporcionar o alcance de nossas metas e sonhos.
Agora nossa tarefa era selecionar uma história para que você liberasse então para a contação. Bem busquei uma história com um texto simples, porém, gostoso. Aprovada a história você como sempre atenciosa deu umas dicas super legais, inclusive a importância da expressão corporal e da voz e o uso de acessórios para deixar a contação ainda mais mágica.  E assim foi com todas do grupo. A aula foi deliciosa com você nos agraciando com suas histórias e nos deixando mais tranquilas para a aula seguinte.

Muita ansiedade neste último encontro, pois mais que ser avaliadas era nossa chance de demonstrar o que havíamos aprendido e apesar de todo o nervosismo creio ter cumprido meu papel com afinco. Contar uma história não é tarefa fácil e acima de tudo é um ato de grande responsabilidade para o contador, por isso sei que minha caminhada ainda é longa, mas tenho certeza que alcançarei meu sonho. E escutar de uma profissional como você Claudete que eu “levo jeito” foi para mim um degrau já alcançado. 

POSTAGEM: Claudete Terezinha da Mata

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

LENICE GOMES - 14 a 15 de novembro de 2016 - Conhecendo um pedaço de Florianópolis, cheio de narrativas.


Praia do Ribeirão da Ilha 
Aqui também se cultua a Rainha do Mar. 
 Subimos e fomos até a Caieira da Barra do Sul
 E veja quem estava nos esperando: O Rabo de Palha 
Voltamos à freguesia do Ribeirão para almoçar. 
 Quem estava à a nossa espera? Esta gaivota.
  E Lenice disse: "Claudete, o que será que a gaivota está pensando?"
 Para Lenice esta gaivota não estava nada bem. 
Depois fomos ao Ostradamus tomar o café mais delicioso da Ilha de SC.
 No Café, compramos canecas de esmalte, com o dizer: "Tens Tempo" 
 Renda de Tramoia. dizem que esta foi a primeira renda ensinada pelas mulheres portuguesas, quando chegaram à nossa Ilha de SC.
Um mimo para Lenice. 
Muitas coisas para apreciar. 
Olhamos tudo o que nossos olhos pediram. 
Foi uma tarde cheia de palavras em formas, cores, sabores e letras... 
Em frente há estas réplicas da realidade da época da colonização portuguesa.  




O menino é uma graça. é inspirador.  
As mulheres da época socavam café no pilão de feito de tronco de árvores. 
Do outro ladoda rua há um restaurante maravilhoso.  
Azulejo da época da colonização portuguesa. 
Mar tranquilo no Ribeirão. 
Lenice ficou encantada com os azulejos da época. 
Depois de enfrentarmos mais de 2h de congestionamento, voltamos ao Centro de Florianópolis.    
Do Ribeirão ao Centro de Florianópolis/SC.
Noite de Lua Cheia... 
Dizem os antigos que essa é noite de uivos nas ruas escuras.
Noite de lobisomens!!!

DIA 15 DE NOVEMBRO - NA ILHA DE SANTA CATARINA
PONTA DA PRAIA DE ITAGUAÇU
Chegamos e vejam quem estava à nossa espera: o mergulhão... ele é um pássaro solitário. Sempre o vejo só a olhar o horizonte. 
Cá está uma partes das pedras da "lenda de Itaguaçu - lugar onde aconteceu uma grande festa de seres elementares". 
Lenice Gomes não poderia voltar para Recife sem conhecer essa parte do Continente de Florianópolis, aonde tudo começou: A Festa das Bruxas de Itaguaçu.
Antes de pertencer à Florianópolis, essa parte da praia cheia de mistérios, pertencia ao município de São José da Terra Firme (hoje somente São José)
Entre os pingos da chuva, o sol e uma brisa refrescante, chegamos à Beira-mas e começamos as observações... 
Atrás de Lenice há duas pedras. Uma delas possui um grande casco e uma cabeça a olhar para o horizonte. Você consegue ver que animal é esse?


Acima há um anjo para alguns olhares e um filho de dragão a outros.
Está vendo a cabeça, uma fenda no peito e atrás uma calda? Ele está entre as três pedras maiores. 
Na frente da criatura de calda, há outro animal deitado sobre a areia. 
Viu? 
Lhe apresento o sapo da princesa. Após pegar a bola no fundo do poço, ele veio à "festa das bruxas e veja no que foi transformado... 
Lenice foi à Gruta da Santa. 
Dizem que muitos índios nasceram dentro dessa gruta à Beira-mar. 
Hoje a Santa está mais cuidada. O pessoal do restaurante acima, está dando mais atenção à grupa. mas ainda ainda precisa cuidar. 
A narradora entrou na gruta a sentir as vibrações do universo sagrado, com todo o respeito pelo lugar...
A escritora e pesquisadora se encantou...
A escritora de Olinda/PE, ficou encantada com a beleza da Lenda das Pedras.
O lugar transmite paz...
 um espaço que revigora a alma e a narratividade oral...
Manhã cheia de histórias a desatar os fios da memória.
A escritora e estoriadora ficou encantada. 
 Terapia para relaxar a memória e as asas do coração. As garças também gostam de observar a natureza...
 São Pedro está lavando o céu. A chuva caiu aos poucos.
Apresento-lhes os Gigante do João e o Pé de Feijão. 
 Diz a lenda que ao chegar e ver todos os amigos petrificados e sem conseguir identificá-los...
O gigante começou a chorar. E gigante quando chora, você já sabe: cada gota de lágrima é de encher um balde. 
E o gigante chorou tanto, mas tanto...  
 Que suas lágrimas se misturou às águas do mar. E esse lugar que antes era um campo verde, hoje é só mar.
 Esse jovem ficou a dizer que está cuidando da gruta. Narrou um pouco do que sabe sobre a Lenda das Pedras. 
Ele nos apresentou esse hoje de calção vermelho e cheio de mistérios.
Você já se encontrou com alguém a jogar segredos ao vento? Pois esse homem é deste tipo. 
E quando desandou a nos contar coisas sobre este lugar, paramos para ouvir. Ele tem muitos segredos a revelar. E indicou à Acadêmica da ABCH, Lenice, que conhecesse uma pessoa que trabalha com a cultura da Ilha Santa Catarina... Uma mulher que até transforma as lendas em teatro. que ele mesmo foi ao Teatro Álvaro de Carvalho e a assistiu. Gostou muito, disse ele. E ao ser questionado sobre a tal mulher do Teatro, ficou surpreso ao saber que ela era esta ao lado de Lenice Gome. Nós três rimos muito, nos abraçamos e ele ficou de voltar ao Teatro. deixou nome e telefone para marcarmos outro encontro quando Lenice retornar a Florianópolis/SC. Esse foi um passeio cheio de revelações.
 A conversa foi longa e precisamos sentar para descansar um pouco. depois continuamos a caminhada. O lugar é extenso.  
 A chuva retornou. diz a lenda que é bom quando chove. E fomos até o Portal que diz um pouco do que aconteceu por essas bandas do mundo. 
 São pedro concluiu a limpeza no céu e Lenice se pôs a ler.
 A escritora, pesquisadora, contadora oral e militante das narrativas orais, ficou assim...
Olhando à colega à frente, temos um crânio de um ser elementar. Entre as três misteriosas pedras temos uma carranca de uma bruxa - olhos e boca fechados, queixo curto, testa enrugada, cabelos longos deitados sobre a areia. Em cada pedra, observa-se um ser... quem vai visitar esse lugar, depois da meia noite, muitos humanos dizem que ouvem gemidos e sussurros estranhos... de dar medo em qualquer um.
 Lenice, cheia de curiosidade, continuou...
 No caminho encontrou esse manezinho da Ilha de SC. Os dois começaram uma conversa interessante. 
- Voc~e já foi na Praia dos Naufrados? - quis saber o homem.
- Ainda não... respondeu Lenice.
- Então vá. Lá tem um dos primeiros faróis construídos por um homem que cuidou dele até morrer. Depois que o homem morreu, o farol ficou praticamente abandonado. Está em pedaços. dizem que embaixo dele tem muitas coisas interessantes. 
Eu entrei na conversa e perguntei: 
- Por acaso o nome do homem que ajudou na construção do farol e cuidou dele com tanto zelo, era Corcínio da Mata?
Resposta:
- É esse mesmo. Meus pais e muita gente da ilha conheceu ele. E tem mais, vocês precisam conhecer o "maior mausoléu de Santa Catarina, lá no município de Biguaçu, que é da família da Mata"... 
E Lenice falou:
- Sabe quem é essa pessoa que está aqui com a gente? É dessa família. 
Respondi cheia de orgulho: 
- Corcínio da Mata é meu avô paterno. fico feliz em saber desses detalhes contados por conhecidos. São informações que até agora só gradei para mim. As pessoas podem me achar exibida ao dizer sobre minhas origens antepassadas. Mas vou dizer um pouco: meu avô Corcínio me falou que ele também ajudou na construção do museu do Ribeirão da Ilha de Santa Catarina. Que doou algumas peças que meu tatara, tatara avô trouxe da Espanha. Ele era um catalão que vei para o Brasil, no navio que naufragou na Praia dos Naufrados. 
Ao chegar aqui, ele se embrenhou mata a dentro, laçou minha tatara, tatara avó, uma índia e a domesticou. Era assim que naquela época tratavam os índios. Mas essa é uma história de amor que gerou muitos e muitos filhos da Mata. Uns com um "T", outro com dois "Ts". Entre meus irmãos, somente eu e meu irmão mais velho fomos batizados e registrados com "da Mata" e os demais "da Matta". Assim aconteceu com todos os parentes existentes pelo Brasil afora. Assim contou meu avô, um marinheiro que conheceu muitos lugares do Brasil. Ele tem filhos até na Bahia. 
Do outro lado da Praia de Itaguaçu, tem a Praia do Saco da Lama - um pedacinho de paraíso que está sendo destruído aos poucos pelos arranha-céus.
Você vê os pontinhos no chão? 
 Uma "romaria de Formigas Carregadeiras". Um exemplo de vida de trabalho em comunidade, ainda não alcançado pelos seres humanos - seres tão cheios de inteligências, espertezas, inventividades, religiosidade, engenharias... Mas que, porém, ainda tem muito o que aprender a aprender com a natureza desses pequenos seres, muitas vezes mortos por pés gigantes pela própria natureza. 
 Ainda bem que nem todos os seres humanos são iguais.
 Ainda bem que há pessoas que gostam de apreciar a natureza... E conviver com ela nas suas mais variadas formas e lugares.
Ainda bem que há ouvidos humanos a escutar os segredos das árvores e dos pássaros cantantes, voadores, curiosos...
 O poder das narrativas orais estão ao nosso redor, mas poucos conseguem ver, ouvir, imaginar, se encantar com os segredos das narrativas...
Lenice caminhou tanto nesse dia 15 de novembro de 2016, mas não desistiu. E, vez enquanto ela parava para pensar... 
E logo sorri ao som da melodia de um passarinho.
 Ela conversa e faz perguntas à natureza. são perguntas interessantes... 
 É uma narratividade de fato "sagrada". 
 Uma conversa para poucos humanos. 
 São momentos únicos, com banho de encantaria com a Mãe-Natureza.
 Momentos únicos são assim...
 De muitas surpresas pelos caminhos onde sentamos para descansar um pouco.


Fotos e texto: Claudete Terezinha da Mata