Quebra-cabeça: Simplesmente um brinquedo para divertir ou um Jogo para aprender a aprender os meios de resoluções de conflitos intra e iter, desde a fase infantil?
Dois anos e dez meses, ela já está a montar quebra-cabeça após a leitura do livro que traz no seu interior em cada página um quebra-cabeça. Eu, no meu lugar de avó narradora de histórias e mediadora de leitura animada, confesso que diante dessa cena, fiquei surpresa ao ver minha neta concentrada, superando os obstáculos, questionando, expondo suas dificuldades sem desistir do jogo, persistente, independente e decidida a ir até a conclusão do jogo... Ela está crescendo a mostrar o quanto é decidida e capaz.
Esse livro passou a ser seu livro de trabalho. Assim disse a pequena: "- Vovó, terminei essa parte... Depois continuamos, viu? Agora quero descansar". Foi nesse momento que parei e disse para mim mesma: "E quem diz que a criança na primeira infância não sabe o que faz, está a menosprezar as suas reais condições". Adultos nesse nível de observação sobre as ações de crianças na primeira infância, de fato deve ser um adulto bem desatualizado. E após alguns momentos de reflexão, passo a ver os livros com quebra-cabeça, ótimos aliados dos pequeninos nessa hora que, também classifico como jogo de memória; maravilhoso na estimulação do raciocínio lógico, da imaginação e concentração... Maravilha de presente a substituir qualquer outro brinquedo, por mais sofisticado que seja.
Acredita-se que o quebra-cabeça tenha surgido, aproximadamente, em 1760, quando cartógrafos colaram mapas em pedaços de madeiras e depois os cortaram em diferentes partes. A agilidade supera qualquer força física neste jogo, que há muito é percebido por pais e especialistas como um aliado em educação que vai muito além de um simples brinquedo, uma mera fonte de entretenimento.
No processo de desenvolvimento da funções cognitiva de uma criança, percebe-se a importância do jogo quebra-cabeça, por que não, também no seu todo neurológico. Ou seja, como subtende-se: no desenvolvimento físico como um todo (neurológico/cognitivo/psicomotor, capacidade de concentração/noção espacial/percepção visual...) na graduação de conhecimentos sobre diversos assuntos, desde a primeira e a segunda infância.
Alguns estudiosos afirmam, inclusive, que este brinquedo (para alguns adultos), também na categoria jogo, auxilia com precisão os processos de amadurecimento das crianças, bem como na resolução de conflitos (questões de nível psicológico).
Estudiosos de diferentes linhas de pesquisas sobre desenvolvimento humano, de diversas partes do mundo tem mostrado que as crianças são atraídas pelas cores e pela quantidade de peças, quando tem à sua disposição um “quebra-cabeça; também pelo desafio no seu manuseio a atiçar o fascínio de montar o quebra-cabeças. Mas para isso, diante de um momento conflitante a gerar aquele sentimento de desistência, para as crianças menores o ideal é que tenha um adulto a observar os movimentos da criança e, sem resolver o problema para ela, a incentive por meio de palavras de encorajamentos, na resolução do problema.
Ao se sentir segura/empoderada, com o próprio dinamismo da manipulação das peças, envolvida no seu ritmo natural, a criança (sem pressa e nem a pressão do meio), vai alcançando níveis surpreendentes de desenvolvendo de suas estruturas cognitivas e psicológica...
Sabe-se que todos os jogos de manipulação de peças, gera desafios importantes, até o alcance do resultado final a provocar a euforia da conquista/vitória.
Posso citar alguns objetivos deste jogo:
* Estimulação do processo de aprendizagem, na agilidade mental sem a necessidade de alguém para ensinar (quando há, este deve somente orientar a criança nos seus questionamentos...);
* Desenvolvimento da estrutura de observação, seguida do processos de comparação, a necessitar de atenção e do próprio raciocínio lógico...
* Desenvolvimento da coordenação motora manual (psicomotricidade fina e ampla) na amplitude do domínio da lateralidade visual, corporal e espacial físico e psicológico;
* Auxilia no desempenho da inteligência emocional, no controle e resolução de conflitos intra e interdisciplinar - quando no espaço do jogo, a mediação (interferência de um adulto ou uma criança mais experiente) abre outro espaço durante o jogo de quebra-cabeça - o espaço de diálogo sobre a ação (manipulação para os encaixes das peças) a propiciar a compreensão de situações de conflitos e suas resoluções sem estresse;
* Favorece também na estruturação de narrativas orais - Contação de Histórias. Exemplificando: no desenvolvimento dos fios da memória a xeretar lembranças;
* Desenvolvimento de múltiplas habilidades do pensamento lógico, como: capacidade de observação, comparação, percepção analítica, capacidade de síntese cognitiva e psicológica, de acordo com a abordagem desejada (tudo o que se deseja alcançar). Com o desenvolvimento da capacidade de síntese, na infância, é ter no futuro aquele adulto rico em habilidades de forma consciente e úteis à sua formação profissional. Quanto mais eficiente com eficácia, o adulto de amanhã será mais prático e sucinto com sapiência, fatores importantes nos momentos de compartilhar/socializar e expressar suas ideias, seja no uso da prática da oralidade ou por meio da palavra escrita.
Assim, desde a tenra idade, aí lhes ser ofertado todas os meios para o desenvolvimento de suas múltiplas estruturas lógicas, emocionais e afetivas/sociais, maiores serão as suas chances de sucesso vida afora, nas suas buscas e conquistas...
Com isso, há de se acreditar que esse é o tipo de jogo de grande importância para o desenvolvimento da mente, não só para as crianças (em desenvolvimento), como também no exército da memória de pessoas mais velhas, a lhes propiciar o resgate de estruturas cognitivas, controle emocional e resgate da memória afetiva, cujos neurônios em desuso podem ter suas funções atiçadas outra vez; daí por diante em pleno ré-arborescer da vida...
Acredita-se que o quebra-cabeça tenha sido inventado em 1760, quando os cartógrafos colavam os mapas em pedaços de madeiras, para corta-los em partes diferentes. Nessa ação, dizem ter surgido o Jogo Quebra-Cabeça.
Uau!!! Consegui por meio deste registro fotográfico, também visitar minhas pesquisas de mestrado, minhas leituras de momentos do tempo de criança de meus filhos quando eu sempre dava de presente aos dois, os brinquedos de encaixes e jogos de montar, etc... Revisitado minhas leituras e xeretado lembranças literárias, narrativas ouvidas/memorizadas em aulas/oficinas/rodas de conversas, e tal...
Estou feliz em poder socializar com você, leitor afetivo, corajoso, curioso, travesso, de repente um amante oculto de textos longos. Gratidão por sua atenciosa companhia. Obrigada!
* Autoria textual: Claudete Terezinha da Mata, pós reflexão sobre o Jogo que agora batizo de “Quebra-Cabeça Literário”, por estar ser um elemento na composição do livro- Os Três Porquinhos (numa nova versão) para crianças do tempo de minhas netas.
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