São valores, princípios e conteúdos que chamam o narrador e o cativam, assim como encantam tanto adultos como crianças.
Além dos vários recursos cênicos, com ou sem cenário, figurinos, músicas, sons retirados de instrumentos de cena, todos especialmente
compostos, a narradora também se utiliza de bonecos vivos e efeitos de que retratam a mágica retratação do universo simbólico.
Pela sua qualidade, o "Grupo Boca de Leão”, mesmo ainda não sendo indicado a qualquer Prêmio, já no primeiro trimestre de atuação em 2012, deu prova de seu crescimento e competência na "arte da oralidade" e seu maior Troféu é ter a atenção do público que nos indica qual o próximo caminho a seguir e um deles foi iniciar em 16 de junho de 2014 o "Curso de Formação Continuada de Contadores de Histórias - Nível Intermediário", aberto a todos os públicos a partir dos 10 anos de idade, com dois encontros mensais: dois para a formação de contadores de histórias e dois destinados à "Formação Continuada de Escritores", trabalhando com o estilo de cada integrante, sem mudar a forma, mas, estar refinando os estilos.
O "Grupo Boca de Leão”, no cumprimento de sua missão em prol da arte e da Cultura Educativa, por meio de estudos e pesquisas, é levado às tarefas de estimulação do imaginário no incentivo da criatividade e proporcionando a todos uma
otimização das suas estruturas internas, até os fios da memória, trazendo para os dias de hoje, o conhecimento das histórias da
Tradição Oral Milenar, onde podemos encontrar uma fonte inesgotável de conteúdos e
procedimentos éticos e estéticos na formação do seu público pela carga de informações adquirida no decorrer de seu processo junto à crianças, adolescentes e adultos, até à terceira idade.
SEU SUCESSO EM PÚBLICO E CRÍTICA EM GRUPO
Seus espetáculos estão sempre à disposição na Ilha de Santa Catarina, em temporadas distintas: no auditório e no Setor Infantil da Biblioteca Pública de Santa Catarina, desde 2012, em teatros da redondeza e Escolas dos Municípios vizinhos e eventos literários e culturais com sucesso, e sendo indicados como ações de um grupo dedicado à criação literária e à arte da oralidade. Sua divulgação acontece pelos meios eletrônicos e pela internet nas redes sociais e por e-mail.
O “Grupo Boca de Leão” já se apresentou no
Teatro da UBRO, para Escolas de vários Municípios, Escolas Públicas e Particulares e Eventos Universitários.
O Grupo está caminhando com o Espetáculo "Para Contar e Imaginar: Um dia de Contação de Histórias" e a "Távola Quadrada: Uma conversa com escritores, contadores de histórias, portas e outros atores", sempre no mês de outubro, com apresentações em Eventos do Município de Florianópolis e Datas Comemorativas e a convite de outras Empresas que levam a arte de contar histórias ao seu público.
Claudete, acima, com as crianças numa interação narrativa com o "Velho João, o filho da bruxa", em 2013, na Semana Municipal do Livro e da Leitura, no Setor Infantil da Biblioteca Pública de Santa Catarina/BR.
Nossos contadores, narradores orais, pelo seu crescimento e competência, têm a pretensão de estar se apresentando por excursões em outras Capitais do Brasil, por que não em outros países. Já recebemos um convite para nos apresentar em Portugal. É só conseguir um patrocínio que estaremos lá. Afinal, quando temos um sonho que se sonha junto, tudo pode ser possível!
Resumo das Histórias apresentadas no “Boca a Boca” – A Antiga
Arte de Contar Histórias:
São mais de vinte Histórias narradas com a utilização de bonecos, musicas e figurinos de livre escolha, que favorecem ao público um clima e um ritmo diferente a cada História, todas de autoria dos integrantes do "Grupo Boca de Leão". Podemos citar alguns para exemplificar o processo criativo do Grupo.
Contos de Animais:
"Animais em Revolta", autoria de Andrea Dias, conta a história de um homem ambicioso que invade uma floresta e passa a sacrificar os animais em causa própria. Tudo em nome do "Progresso".
"A Pata Felícia", autoria de Luiza Abnara (9 anos), fala sobre as consequências da desobediência dos filhos.
"Dona Aedes e o Besouro Rola-Bosta", autoria de Dora Duarte, conta sobre as provocações do mosquito da Dengue com o vizinho Besouro, numa disputa de quem faz o melhor para si e pela sobrevivência dos seus.
"Macaco Maca", autoria de Antonieta Merces, conta sobre as travessuras e brincadeiras.
"A Toupeira e o Gambá Ludovico", de Aparecida Facioli, fala sobre a inusitada amizade dois animais e do fascínio de alguém ao ver o mundo do outro lado da realidade.
Contos de Encantamento:
"Velho João, o Filho da Bruxa", autoria de Claudete da Mata, um conto que retrata a cultura da Ilha de Santa Catarina ao falar sobre um grupo de pescadores que encontram um menino perdido no meio de um milharal, uma benzedeira que faz a reza de proteção ao menino e a bruxa (mãe da criança). Uma história que surpreende, provoca a comoção, medo e encantamento, aguçando na plateia a curiosidade do saber e a preservação das histórias passadas de geração à geração.
"A Missão de Nanúbio", autoria de Dora Duarte, conta a história de um velho sábio e um chefe de um povo nômade que, para ter a cura de seus três filhos cegos, rouba um menino (príncipe) sábio que ensina-lhe uma grande lição.
"Tão Somente um Olhar", de Viviane R. dos Santos", retrata um caso de maldições de uma família real em que o reflexo do espelho fica impedido de ser notado devido a vaidade e o egoísmo de uma princesa mimada. Um jogo entre a maldade e a bondade, a opressão e a submissão.
Contos da Carochinha (de domínio público): "A Viúves da Dona Barata", releitura de Claudete da Mata, retrata a tomada de decisão feminina na aquisição do matrimônio, suas escolhas, sua independência financeira, sua garra em conseguir o que deseja por esforço próprio e algumas das suas satisfações ao sentir-se ofendida.
Contos de outros autores:
Ana Maria Machado - "Menina Bonita do Laço de Fita", Conta a história de um coelhinho bem branquinho que faz de tudo para
ficar pretinho como aquela menina do laço de fita que ele acha linda.
Mas ele não sabe como a menina herdou aquela cor.
É o tipo de tema que trabalha com a diversidade, não somente com o objetivo de
apresentar aos alunos a riqueza das diferenças éticas-cultural
brasileira e contribui para que as crianças se apropriem de valores éticos como o
respeito por si e ao outro, mas também com o objetivo de elevar a autoestima da pessoa de cor negra.
Conto da tradição oral: "Os Sete Cabritinhos", uma fábula alemã publicada pelos Irmãos Grimm, pertence ao chamado "ciclo fabular do lobo", um animal que aparece
como símbolo de selvageria e ferocidade e o cordeiro, ou cabrito, aparece como
símbolo da inocência desamparada, da ingenuidade ou da fraqueza, que por
sua vezes consegue vencer o malvado pela esperteza. Existem 4 fábulas deste tipo que eram, provavelmente, contadas pelos pais a seus filhos com o objetivo de ensinar, uma prática necessário a sua sobrevivência da época, quando os pais
tinham que deixá-los sozinhos em casa durante o dia, para sair às compras ou para o trabalho.
Aparecida Facioli sempre entra em cena assim vestida de "mamãe cabra" e eu prefiro entrarim com a "Menina Bonita de Laço de Fita" na fase adulta narrando sua história à menina bebê.
Pessoas Parceiras:
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Temos muitas pessoas à nossa disposição, uma delas é Maria do Carmo Tridapalli Facchini, Presidente da academia de Letras de Nova Trento. ela está sempre a nos chamar para os Eventos Literários, onde somos convidados para narrar as nossas histórias que hoje temos mais de 40 ao todo. são histórias para aprender, para contar, para dançar, rir, se assustar e para gargalhar.
Com a
chegada da Rita Teixeira, nos dois grupos (Criação literária e de contação de
histórias) agora temos a "Dança Narrativa" como meio de trabalhando a
consciência corporal no refinamento da arte de contar histórias.
Enquanto toca seu instrumento, Rita dança e enquanto dança, ela narra este conto:
Uma pequenina luz bruxuleante
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumiére
just a little light
una piccola…em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a advinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha, bruxuleia, ondeia
Indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
Como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
No meio de nós.
Brilha.
(Conto da tradição portuguesa de Jorge de Sena)
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Um conto que encanta pela fala que o corpo conta. É para Aprender além das palavras.
E assim o "Grupo Boca de Leão", após dar os seus primeiros passos, vai levando ao público de todas as idades, as suas Histórias, umas sobre o Amor e a obstinação, outras sobre mulheres que enfrentam todos os possíveis perigos para alcançar os seus desejo. Tem História sobre Limite, Poder e Igualdade, sobre desejos e dificuldades nos relacionamentos, tem histórias de humor e aquelas contadas com humor, tem bonecos contadores de histórias.
A maior parte das nossas Histórias retrata animais que falam e sentem coisas, expressam afetos e demonstram capacidade de pensamento lógico que divertem e surpreendem o leitor/ouvinte. Parafraseando o psicanalista Jung, os animais falantes, do tipo a "Quiquita, a porquinha que sabia pensar", de Saray Martins (integrante do Grupo Boca de Leão) é o tipo de animal que representa a psique não humana, o infra-humano, o instintivo, bem como o
lado psíquico inconsciente dos humanos.
Temos contos de animais que retratam o conflito entre os homens (do tipo que se julga superior aos demais seres da natureza) e os animais que, mesmo não conseguindo falar a linguagem humana, consegue mostrar o quanto são capazes.
Entre
os contos que vão surgindo, na medida em que o processo criativo de cada
Integrante vai sendo cutucado e pela constante busca de saberes, o repertório
do grupo vai reverberando e novas revelações vão ganhando corpo e voz que
contam e encantam crianças e adultos.
Temos fabulosas criações de Contos de Encantamentos, com bruxas e mães madrastas, dessas que ainda existem nas entrelinhas dos relacionamentos atuais, que surpreendem e despertam a curiosidades das crianças que, provocadas, fazem perguntas às narradoras, do tipo que surgiu na "roda de apreciação" feita no dia 14 de abril, na Biblioteca Pública de Santa Catarina, em Florianópolis, quando as crianças sentadas em um grande círculo, começaram:
- Bruxa tem mãe?
- De que barriga tu saísse? - perguntou um menino para mim. Ele, um tanto convicto do que passara pelo seu imaginário, solicitou uma resposta e eu, pega de surpresa, parei, cantei uma narração ligada ao questionamento da criança, num ritmo lírico...
Enquanto cantarolava, pensava e buscava nos fios da memória a resposta mais adequada, uma que não provocasse o rompimento da magia do conto. E quando encontrei a resposta, levei às crianças a uma viagem pelos fios da memória ao encontro da resposta.
Então respondi em forma de diálogo. E tudo aconteceu assim:
Existem bruxas de todos os tipos: boas, malvadas e não tão malvadas como dizem. Elas também já foram como todas as crianças que saem das barrigas de suas mães. Umas saem de barrigas boas e outras não. No caso das "bruxas boas", assim como eu e, também, de todas as meninas que estão aqui, certamente saímos de uma barriga boa. Se não fosse assim, eu não entraria nesta Biblioteca. Sabem por quê?
- Não! - responderam todos num só coro.
- Eu sei!!! - gritou uma das meninas - É porque aqui só entra "bruxa boa". Ufa!
Esse "Ufa" retratou o alívio da menina em sentir-se segura dentro da Biblioteca.
Eu não estava vestida de bruxa, porém, meu cabelo, minha roupa, a própria narrativa do "Velho João, o filho da bruxa", um conjunto de fatores que levou o menino à conclusão de que eu era a própria "bruxa". Ao entrar no universo dos Contos de Fadas, cabe ao narrador oral estar pronto para sanar dúvidas solicitadas pelo público. Caso contrário, o melhor a fazer é não entrar neste universo, preferindo ficar com outras categorias, principalmente quando lidamos com o imaginário infantil.
COM OS CONTOS DA DONA CAROCHINHA E DO SENHOR LOBO, ACONTECE O MESMO: AS CRIANÇAS FAZEM CADA PERGUNTA!
Com frequência, sempre falo aos contadores que aprendem comigo (porque juntos tecemos uma rede de preservação do contador de histórias, narrador oral): "quem gosta de narrar histórias para crianças, precisa criar o hábito de estudo e pesquisa, buscando na nossa ancestralidade o domínio da narrativas, a arte de falar com o corpo, o domínio da linguagem simbólica, o conhecimento dos fatos contidos nos contos, conhecer a vida das suas personagens, conhecer o psicológica de cada personagem, evitando representações sem açúcar, nem sal, sem imagens, nem movimentos solicitados pela trama... Como se atrás de nós, nas nossas laterais, à nossa frente caminhasse paralelo a cada passo dado por nós, uma personagem a ser retratada e vivida por nós. Por isso, o "contador de histórias" e assim escritor do enredo precisam caminhar juntos, cada qual no seu lugar. Enquanto narrador oral, o contador necessita ter esta consciência. e quando tem, sabe pular de fora para dentro dos contos, com os devidos cuidados no tratamento de sua impostação em cena. Seja verbal ou corporal.
Aqui a Contadora de Histórias Idê Bitencourt, do "Grupo Boca de Leão", sem figurino, porem com a capacidade de entrar no universo imaginário, leva ao público a visão do enredo por meio de seu estilo próprio e , fazendo reverberar todas imagens: personagens, lugar onde tudo acontece, ela conta e encanta o leitor/ouvinte.
A capacidade do narrador de desdobrar o universo imaginário, em cena, torna, por exemplo, uma frase mais enfática ao saber qual a frase correta, qual a melhor impostação de voz, o que deve ser desenvolvido para um melhor aproveitamento vocal e para o domínio da consciência corporal quando está na presença do público sem estar preso no olhar da plateia, algo que prejudica a maior dos contadores de histórias, assim como também acontece com aquele escritor tímido, que prefere mostrar sua obra depois de pronta.
Quando a história é de bruxas com suas fadas, uma
História sobre a Determinação e a Construção da Individualidade, por exemplo, de uma princesa que
acredita que o seu destino está nas suas próprias mãos e luta pela realização de seu sonho, só os psicanalistas do século passado conseguem explicar.
Podem-se perguntar as razões pelas quais a psicologia
junguiana se interessa por mitos e contos de fada. O Dr. Jung, disse certa
vez, que é nos contos de fada onde melhor se pode estudar a anatomia
comparada da psique. Nos mitos, lendas ou qualquer outro material
mitológico mais elaborado obtém-se as estruturas básicas da psique humana
através da grande quantidade de material cultural. Mas nos contos de fada,
existe um material consciente culturalmente muito menos específico e,
consequentemente, eles oferecem uma imagem mais clara das estruturas
psíquicas (FRANZ, 1990: 25).
A origem dos contos de fadas, segundo
Marie Louise Von Franz (apud GIGLIO, 1991: 3), parece residir em uma
potencialidade humana arquetípica (aliás, não somente os contos de fada, como
todas as fantasias). Antigamente os pastores, lenhadores e caçadores, passavam
bom tempo de suas vidas sozinhos nas florestas, campos e montanhas. Acontecia
que repentinamente eram assaltados por uma visão interior muito forte, que os
alvoroçava por inteiro. Corriam então de volta a suas aldeias e relatavam o que
lhes tinha acontecido a todos que o quisessem ouvir. Daquela visão inicial,
iam-se formando lendas, e mais tarde “contos maravilhosos”. O pensamento mítico,
no caso dessas visões espontâneas, é compreendido como um pensamento
essencialmente pré-lógico, elementar e arquetípico. Os arquetípicos por
definição, são fatores e motivos que ordenam os elementos psíquicos em imagens,
de modo típico. (VILLELA)
A faixa etária dos nossos Espetáculos é a partir de 4 anos - também indicado aos jovens e adultos, até mesmo para bebês.
Para contratar nossas apresentações,
fale conosco pelo e-mail dandaradosaracas@gmail.com
Nós nos apresentamos em grandes e pequenos Espaços. O importante é irmos até o público interessado em ver, ouvir e interagir com as Histórias!
Texto elaborado por Claudete da Mata
Fotos de Inês Carmelita Lohn (2014) e de Claudete da Mata (2012 - 2014)
BIBLIOGRAFIA:
FRANZ, Marie-Louise Von. A
Interpretação dos Contos de Fada. 3ª ed. Trad. Maria Elci Spaccaquerque
Barbosa. São Paulo: Paulus, 1990.
------. A Sombra e o Mal nos Contos de
Fadas. São Paulo: Paulinas, 1985.
VILLELA, Joana Raquel Paraguassú Junqueira. OS CONTOS DE FADA NO PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO.
-------. http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno12-15.html
Visitado em 06 de agosto de 2014.
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