(Claudete T. M.s - Narrando Histórias pela ABCH, na Feira Catarinense do Livro/Florianópolis/SC/2016)
Existem várias maneiras de contar histórias, as quais fazem parte do estilo do narrador oral. E para cada maneira, o mais importante e gostar da histórias, narrá-la sem o faz-de-conta. É preciso acreditar na história, por mais absurda que ela seja, para que ela passe a ser verdadeira para quem ouve. Se assim não for, é preferível nem começar. Para o Contador de Histórias, é imprescindível conhecer seu estilo, para não estar a se atrapalhar, forçar algo que não faz parte de si... Por isso a importância da capacitação/formação/inovação, com um formador que trabalhe sua consciência afetiva, emocional, amorosa,leitora, corporal, vocal, performática, narrativa, social... As histórias necessitam de um narrador oral consciente de seu todo. Uma ação pela metade, é só uma metade. Você já se imaginou pela metade, quando poderia estar inteiro na sua inteira encantaria?
Os ouvintes-leitores, para que se deliciem com a contação de histórias, o narrador oral precisa estar inteiro dentro das histórias e ela nele. É o dito que muitos dizem: O casamento do Contador com a História. É diante deste incrível casamento, que se conquista o leitor-ouvinte. Como chegar neste estágio? É preciso que primeiro aconteça o que chamamos de namoro entre o narrador e a história. Existe uma variedade de meio, desde que o narrador oral enteja aberto ao fazer bem a sua parte. Como?
Primeiro: O Contador de Histórias precisa estar bem/certo/seguro/firme e gostar (de corpo e alma) do que está a fazer...
Segundo: Não ter mil histórias para contar em tão pouco tempo, também estar sem tempo para conhecer cada uma delas... Lembra do namoro?
Terceiro: Os cuidados que se deve ter com a arte narrativa - os quais dão qualidades/valorização à contação.
Quarto: Evitar ações perigosas. Exemplificando, entrar em cena com uma história desconhecida. Aqui você deve estar a dizer: Como alguém vai contar uma história que não conhece? E lhe digo: é quando o Contador passa a narrá-la sem conhecer o seu universo, seus personagens, suas entrelinhas sem antes ter estudado/namorado com a história... É semelhante ao Mediador de Leitura que, sem a experiencia necessário, pega um livro no ato e começa a ler em voz alta, hora se atrapalhando nas pausas durante a troca de página, hora tateando na própria leitura ao sentir-se desconfortável por algo fora de seu próprio controle que marca algumas de suas necessidades de capacitação técnica, para a aquisição de aprendizado que empodere-o neste quesito: Mediação de Leitura, também...
Na falta da escolha do livro, a falta de namoro/casamento com a história, no momento na contação a história até pode encantar o contador, mas não o ouvinte-leitor, até mesmo o próprio autor, caso ele esteja presente. Já imaginou aquele autor chegando até você a lhe dizer: "Você acaba de estragar a minha história..." Isso é broxante, para o Narrador de Histórias autoriais. ao contrária da narração das literaturas tradicionais em que as brincadeiras e os encantamentos que levam o Contador de Histórias aos exageros, até permitem desde que não desencaminhem o seu enredo, mesmo que em cada momento de contar o contador está a aumentar um ponto.
Por hoje, para que eu não fique transbordando de resultados das minhas leituras/estudos e pesquisas, é isso. Até nosso próximo Bate-papo - Deixe sua mensagem, mesmo que seja uma crítica ao meu texto - todas as críticas são pontes para grandes aprendizados!
#Claudete T. M.s
Contadora de Histórias, Mediadora de Leitura Animada, Escritora, Pesquisadora da Arte Narrativa com vivências e experiências de importantes Memórias Vivas, Sonhadora da Cia#MãosqueTecemHistórias.......
Meus incentivadores: Mestre Francisco Gregorio, Lenice Gomes, Cléo Busatto, Gloria Kirinus, Rubem Alves, Walter Benjamin, Maria Clara Cavalcanti e outros maravilhosos pensadores da Arte da Contação de Histórias e da Filosofia Narrativa Ancestral.
Direitos autorais reservados. Qualquer referência, favor dar os créditos à autora.
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