Enquanto outros contadores e leitores de histórias, estavam em outros cantos da Ilha, no Setor Infantil da BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA, integrantes do Grupo Boca de Leão levaram os pequeninos à uma viagem cheia de encantos. Até uma vovozinha largou sua bengala e virou criança.
Tudo começou assim:
Saray Martins, abriu as portas do universo simbólico com o conto de sua autoria: "Quiquita, a Porquinha que sabia falar!"
Saray Martins, abriu as portas do universo simbólico com o conto de sua autoria: "Quiquita, a Porquinha que sabia falar!"
Quiquita era uma porquinha...
Quiquita com sua pele rosada, encanta as crianças.
Quiquita volta para sua casa, entra Dora Duarte com o conto "O homem que colecionava gorros", encantando a criançada. Um conto de interação.
Dora é uma narradora que chama as crianças para dentro da histórias. com ela, todas soltam a imaginação, porque esta contadora de histórias, conta com o coração.
Dora entra na histórias e vira criança imaginativa, convidando outras crianças para irem com ela numa viagem cheia de ideias...
As crianças, com seus olhinhos esbugalhados e cheios de espantos, ao mesmo tempo, encheram-se de encanto com a Vó Dora narrando e representando.
Vó Dora é puro convite para um passeio cheio de imaginação, onde uma professora vira árvore, entrando num faz de conta que encanta até adultos carrancudos.
Com a Vó Dora em cena, contando e mostrando todos os encantos dos fios de sua memória, não há criança que não sinta vontade de pular para dentro do mundo retratado por esta vovozinha muito querida.
Dora Duarte, uma das poucas narradoras que vira criança na hora de narrar os fios da memória, é uma personagem que não sai da nossa história.
Contadores de histórias, como disse o autor de "O Santo e a Porca", são personagens da desobediência que viajam por todos os universos. E por onde passam, deixam que a imaginação tome conta da emoção, dando vez e voz ao imaginário - universo sem fronteiras, onde o tempo pode ser ontem, hoje, amanhã... Não importa, porque o importante é que sacuda o mundo ao seu redor.
Aparecida Facioli, inicia sua viagem pelo universo dos contado, com uma leitura que faz nascer uma nova contadora de histórias. Se a folha não estivesse nas suas mãos, todos diriam: Ela tem um jeito de narra que prende a atenção e provoca as emoções.
Crianças atentas, enquanto a nova contadora de histórias vai alimentando sua memória. Contadores de histórias são assim: Não nascem prontos. Aos poucos, como toda criança, vão aprendendo a falar suas primeiras frases, até soltar a imaginação. Depois é preciso sair do lugar, assim, aprendem a engatinhar, até começar a andar sem apoio.
Contadores de histórias precisam usar sua sapiência, ser paciente, não ser tão crítico consigo mesmo, saber ousar sem deixar que o medo tome conta de seu jeito. Lembrando dos ensinamentos de Paulo Freire (o grande educador), para crescer, é preciso sonhar, mas não um sonho que se sonha só... E para vencer todas as barreiras, é preciso ousar.
Clau, que estava sentada, levanta cantando com um bebê no colo. É uma canção de improviso: "Menina bonita, sem laços de fita... Quando cresceres, serás bem bonita!..
Agora é hora de contar, então vamos todos imaginar...
Clau, cessa a canção, coloca o bebê no colo de uma menina, e pergunta aos pequeninos: Quem não gosta de contos de bruxas? E todos respondem de uma só vez: "Eu gosto!"
A história retrata um pouco da cultura da Ilha de Santa Catarina, na antiga Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. Atentas à narração, as crianças, aos poucos, vão entrando na história.
E a criança, envolvida pela magia, passa a fazer parte de um mundo que, se não existiu um dia, agora passa a existir.
Encantadas e, ao mesmo tempo temerosas, ouvindo a narradora, trabalhando os seus medos interiores, as crianças vão vestindo as personagens.
De repente, bate uma sensação, e o estranhamento vai tomando conta de de muitos. Mas o desejo de experimentar o desconhecido é maior, e tudo acontece.
pronto: Estou dentro da personagem e ela está em mim. agora é hora de vivenciar o imaginado. E nada melhor que um contador de histórias para acender os fios da memória.
E o filho da bruxa toma conta da história.
Surge outro personagem. Quem será?
Isso só acontece quando nos deixamos permitir, Uma coisa que as crianças fazem melhor que muitos adultos - Elas entram no conto, vivem as personagens, visualizam o
ambiente...
exploram tudo io que podem: o aroma do verde, das flores, de todas as plantas, de todas as cores. E quem disse que cor não tem cheiro?
Criança, quando entra na história, quer conhecer todos os seus ambientes,
desfrutar de todas as possibilidades, sentindo o cheiro das guloseimas,
até mesmo o cheiro mais insuportável. Cheiro de bruxa, por exemplo!
Contar histórias para criança, não é diferente de contar para adultos. Os dois, quando entram na história, seu corpo fala, seu olhos acompanham o narrador, e o narrador sente-se inteiro, num outro mundo, desfrutando dele como fazem as crianças
quando estão no mundo do faz de conta.
Agora é hora de encerrar, e todos parecem não querer sair do chão.
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