sábado, 29 de abril de 2017

A Menina da Ilha de SC: Entre Ler e Contar!

A imagem pode conter: céu e nuvem
Ler Histórias escritas, foi algo que não fiz na minha infância. Era algo que não havia na casa onde nasci e aprendi a andar. Mas algo de fartura existia: a casa era repleta de Histórias. Era uma casa mal assombrada. Assim eu ouvia os mais velho falar nos pés dos ouvidos, para não assustar os pequenos ouvintes. Enquanto os grandes teciam as conversações, os pequenos eram mandados às brincadeiras de Criança.
Enquanto as outras crianças iam às brincadeiras de faz-de-conta, pega-pega, amarelinha... Eu me enfiada debaixo do assoalho da casa e ouvia todas as conversas. A curiosidade era maior que o medo de ganhar uma surra de cinta da minha mãe.
Nasci em uma família que começava a se constituir com o nascimento de mais um membro. Mais uma boca para comer... Mais um corpo para vestir e uma preocupação a mais. Principalmente quando nascia uma menina.
Nessa família, as crianças liam a natureza brincando no alto de uma colina coberta de um campo verdejante. Lá de cima, a menina da Ilha e seu irmão mais velho, escorregavam numa casca de coqueiro que os levava numa viagem diferente: uma viagem toda cheia de cores, ventos e sabores...
Nessa família, até os sapatos falavam, as pitangueira riam a soltar seus frutos. O abacateiro também era bagunceiro. Era vizinho de um cambucazeiro e uma jabuticabeira... Que lugar cheio de gostosuras!!!
Quando não estávamos a viajar numa casca de coqueiro, a menina e seu irmão subiam até a copa do pé de Cambucá, todo crivado de saborosos frutos a se sacodir para nós. Eles queriam ser comidos por nós, antes dos passarinhos. Não era uma árvore qualquer. Ela era tão grande, mas tão grande que, para o tamanho daquela menina pequenina, o Senhor Cambucazeiro parecia um gigante de botas pontudas...
Nos fundos da casa, no Bairro Pantanal, no Centro da Ilha de Santa Catarina, havia muitos pomares. Todos sempre cheios de árvores frutidelícias. As goiabeiras com suas filhas brancas e vermelhas, eram as minhas amigas preferidas. Eu sempre sentava num de seus galhos rasteiros, onde sempre estava um Senhor de muita idade, com sua cabeleira e barba da cor da neve. Ele era de estatura mediana, olhos meigos e gateados. Era dono de uma vós que ainda não saiu dos meus ouvidos. Era bem velhinho. E sempre estava a repetir a mesma ação: picando um rolo de tabaco com um canivetinho bem minúsculo. Ele sempre estava de cabeça baixa com os olhos atentos ao que fazia. Vez enquanto, ele levantava a alva cabeça, olhava-me com aqueles olhos gateados e dizia:
- Minha menina, um dia tudo isso vai mudar... Olhe que tudo Mudou depois da minha meninice e mudará depois da sua...
E o velho sorria, continuando a fazer o que sempre fazia: picando o rolo de tabaco. Ele também assobiava lindamente.
Nos fundos do quintal havia muitos pés de caquis que na época das frutas maduras, manchavam todas as nossas roupas (cheia de nódoas, como diziam os antigos). Minha mãe me recepcionava com muitas chineladas, cada vez que eu entrava em casa com as minhas roupas manchadas. Eu nunca entendia o porquê de tantas surras que eu ganhava. Nesse tempo, minha irmã mais moça já havia nascido, me acompanhando nas brincadeiras, mas nunca apanhava, por isso, ria ao me ver chorando. Com a chegada da noite, eu enchia ela de beliscões nas pernas (daqueles bem fininhos). E ela gritava bem alto:
_ Mãããnhêêê... A Dete tá me belicando!!!
Ao ser acordada com a gritaria, lá vinha a minha mãe de cinta na mão. Encanto ela me batia, eu beliscava mais ainda a berrona, que chorava enquanto eu apanhava sem soltar uma única lágrima. Não sei como tudo isso acontecia, mas, chorar era algo raro quando eu fazia.
No meio da mata (fundos com a UFSC), havia uma pequena floresta onde eu costumava ir brincar de caça ao tesouro. Diziam que naquelas terras haviam muitas panelas de moedas de ouro e prata, todas enterradas pelos antigos donos daquele lugar. Sabendo dessa histórias, nem pensava nos perigos que corria e me embrenhava na mata, onde eu via muitos seres, como: Boitatá que corria atrás de mim assobiando sem parar. Ao chegar em casa, vermelha de cansada, eu contava tudo o que acontecia lá dentro da mata. Os meus irmãos tinham muito medo de entrar nela.
Havia um arbusto na beira do campo, abaixo da colina verdejante, onde todas as manhãs de sábado eu encontrava uma peça de roupinhas de bonecas. E sempre que eu chegava, ainda conseguia ver um vulto de mulher arcada, correndo a se esconder. De bem longe, próximo do lugar do vulto, uma vos me falava:
- Pode levar! Faço todas pra você...
Eu, que gostava muito da minha coleção de roupinhas achadas no arbusto, pegava todas as peças que encontrava, depois da voz falar comigo.
Entre todas as maravilhas de lembranças do meu tempo de criança pequena, só me restavam as leituras de tudo o que eu fazia e do quanto que acontecia.
Minha mãe diz até hoje:
- Essa daí não puxou a ninguém da nossa família... Parece que veio de outro lugar.
Sempre ouvi este comentário, até que um dia (21 de maio de 2001) resolvi ir à casa de minha mãe para saber do "por quê de tantas diferenças". Ela, após uma série de colocações, falou:
- Tu só podes ter sido filha de chocadeira, porque de mim parece que nunca saísse...
Nesse dia consegui entender e fazer uma nova leitura de tudo o que eu lia na minha meninice, e passei a entender e diferenciar esses dois atos: Ler e leitura, coisas que não estão somente nos livros, ainda mais lá no meu tempo de criança pequena. Digo assim, porque ainda sou criança. Uma criança que convivia com as histórias em tempo real. Uma criança que tem tanto para contar. Tanto que não caberia num só livro!
Ainda bem que não deixei de ser criança... Finalmente, cheguei em uma biblioteca e conheci outros universos, os quais foram aos ouvidos de minha primeira filha, ainda no meu ventre. Me deliciava lendo os clássicos da literatura infantil, para ela, hoje uma adulta com mais de 30 livros lidos.
Tem gente que não gosta de ler, preferindo mergulhar nas brumas da depressão. Uma atitude lamentável na vida de muitos! Sei e senti na pele, que ler é um ótimo alimento que podemos oferecer a nós mesmos. Afinal, não só o corpo precisa de alimento!
Depois que descobri e me vi dentro do universo das letras a passear pelo mundo da imaginação, porém sempre a misturar o real com o imaginário, para dar aquele gostinho de verdade, continuei sendo a mesma. Soltei minha menina da Ilha, com todos os meus olhares aguçados e a aguçar o outro, também. Sinto-me mais livre para sonhar todos os sonhos que não se sonha só. Por isso, continuo a misturar o real com o imaginário a me deletar em cada canto de um conto...
Entre a Mata e a fantasia que nutre a nossa criança interior, sempre nasce um menino ou menina com mil história para ler e contar - Contar e encantar.
Autoria: Claudete T. Bruxa da Mata, 23 de abril de 2014 - A Menina da Ilha de SC. Hoje (29 de Abril de 2017) publicando aqui para que os leitores possam conhecer um pouco dessa menina que criou a Academia Brasileira de contadores de Histórias, de direitos Nacionais e Internacionais, sem fins lucrativos, juntamente com o pequeno grupo de contadores de histórias, que acreditaram em mim e tomaram posse em 12.12.2014. Edição no site: http://www.recantodasletras.com.br/textos/

sexta-feira, 28 de abril de 2017

A ARTE DE CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS: A ESCOLA, AS CRIANÇAS E AS HISTÓRIAS

OFICINA SOB O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO
Ministrante: Claudete T. da Mata

Público: Educadores em geral, Graduandos, Contadores de Histórias, Mediadores de Leitura, Arte-Educadores, Poeta e demais atores.
Objetivo Geral: Conhecer o Papel dos Contos no desenvolvimento sócio-afetivo-cognitivo da criança e as suas possibilidades de ensino e aprendizagem na Educação Infantil e nas Séries Iniciais. E todos os níveis de Ensino e Aprendizagem.

ERA UMA VEZ...

Autoria: Claudete T. da Mata
Pedagoga, Especialista e Mestre em Psicopedagogia
Telefone: 048 99600-6680
Florianópolis, SC/BR.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

* CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS
São duas atividades milenares (narrar e escutar) presentes na vida de todos os seres humanos, independente de sua origem. Assim, crianças adultos vão se relacionando com o universo oculto, do reino da imaginação num encontro com o sagrado. E os contadores de histórias vão sendo preservados pela arte da palavra enquanto as histórias vão com os seus narradores vão se tornando inesquecíveis ao serem recebidos pelos ouvintes. E as histórias, cada qual no seu tempo e espaço único, vão sendo transformadas por contadores experientes e os seus ouvintes afetivos...

O contador de histórias desata a imaginação...

                                * CONTO

* Uma palavra de origem grega “kontós”, e do latim “contu”.
* Uma arte indispensável na vida escolar das crianças, e dos adultos.
* É Narração falada ou escrita responsável, onde os narradores responsáveis são os professores, e as crianças ocupam o lugar de ouvintes e, que por sua vez, também ocupam lugar locutores, expondo o que ouvem no universo infantil e relatando fatos.
* Os Contos são apreciados pelas crianças que, após uma sessão de histórias, se transformam em pequenos contadores, do tipo que omite e/ou acrescenta um ponto em cada conto, enfatizando o ponto de interesse.
                                                        A ESCOLA
* Um universo cheio de rotina destinada à vida dos alunos, desde a mais tenra idade.
* Nas interações educativas, Contar História é uma arte reconhecida pelos educadores como: uma atividade que desperta a paixão das crianças pelos Contos de Fadas que se transformam em Histórias Inesquecíveis, desde os primeiros embalos no berço materno até o universo escolar, tornando-se insubstituíveis.
* Mesmo que se possa divergir sobre as razões de seu valor, A Arte de Contar Histórias possui objetivos que capazes de atender as necessidades do campo imaginário das crianças, adolescentes, adultos e idosos, tais como: a ampliação do Mundo Simbólico que precisa continuar ativo na adolescência, ser reativado na fase adulta, permanecendo até a terceira idade, dando ênfase à mente saudável, ou seja, ao pensamento criativo.
* No universo escolar, ou fora dele, todo as pessoas envolvidas na Rotina dos Contos adquirem um estima especial pela Roda de Histórias, para alguns vira um Saral de Contos que proporciona aos historiadores e seus ouvintes a chave de vários mistérios.
  * HISTÓRIAS QUE PROVOCAM O FUROR NO UNIVERSO INFANTIL

·        BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES;
·        JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO;
·        BELA ADORMECIDA;
·        RAPUNZEL;
·        OUTROS CONTOS DE ENCANTAMENTOS.
Estas Histórias são lidas e relidas, repetidas vezes solicitadas pelos pequeninos ouvintes. Assim essas histórias são contadas e repetidas inúmeras vezes, quantas vezes for preciso, elas passam a ser ações auxiliadoras na elaboração e (re) elaboração de conflitos interiores – ou seja: passam a ser elementos de sublimação de emoções implícitas, principalmente às crianças quando pedem aos adultos para repetirem a mesma história inúmeras vezes.
                                     CONTADORES DE HISTÓRIAS
São locutores que possuem a abertura para acrescentar detalhes planejados e/ou improvisados em cada conto. Portanto é dado aos narradores orais, o direito de fazer uso do velho ditado: “Em cada conto se aumenta um ponto”.
CRIANÇAS:
* São ótimos ouvintes na captação do enredo narrado. Seja por meio da  contação de histórias ou através da mediação de leitura compartilhada. Assim as crianças vão se tornando impacientes na trajetória sequencial das histórias favoritas. Elas pertencem a um grupo de ouvintes habituados a cobrar determinados pormenores que levam os contadores de histórias à recriar o enredo de maneiras particular ao narrar cada Conto. É quando tudo na história pode sofrer mudanças. A começar pela voz das  personagens sofre: hora com tonalidade cruel, hora ridícula..., provocando diversos sentimentos na platéia.
            * O PAPEL DOS CONTOS NA VIDA DA CRIANÇA
Mesmo parecendo aleatória, faz muito sentido ao pensarmos que os Contos de Fadas têm a peculiaridade de transportar as crianças para dentro de um universo fantástico com possibilidades de tratar os conflitos relacionados com a realidade de cada de cada ouvinte, conflitos de diversas situações, tais como:
·        sentimento de abandono;
·        competitividade;
·        sentimento de perda;
·        medo ao ataque;
·        necessidade de construção da identidade e autonomia;
·        dramas sócio-familiar;
·        relações turbulentas;
·        outros substratos inerentes à formação saudável de cada sujeito.
Os Contos possuem vários objetivos que vêm contribuir com:
·        a solução de conflitos na aquisição de um final feliz;
·        o despertar do prazer pela leitura e escritura nas crianças;
·        o interesse e concentração no plano individual e coletivo;
·        a organização da capacidade de escuta;
·        a constituição de brincadeiras expontâneas;
·        a organização de atividade responsável pela continuidade dos contos;
·        a criação de personagens e o fio condutor da narrativa;
·        o ato de contribuir com a criação de novos talentos no mundo do ERA UMA VEZ...

                         * RODA DE CONTOS

Integra diferentes momentos a serem trabalhados para conscientização dos narradores orais, como:
* Afetividade, colaboração e troca de experiências no grupo.
* Clima recheado de princípios desafiadores capazes de acalmar as crianças e o estabelecimento de limites.
* Envolvimento dos contadores de histórias por inteiro, onde alguns ficam divididos entre o conteúdo da história e o interesse das crianças, favorecendo muitas vezes o aumento da confusão na roda.
* Momento que reporta os adultos às lembranças do quanto era maravilhoso ouvir histórias na infância, em especial os Contos de Fadas.
* Falar sobre os autores, exemplo: ao contar a história de “Rapunzel”, falar sobre os Irmãos Grimm.
* Práticas para o desenvolvimento da atenção e concentração, para cativar no público, independente da faixa etária, o desejo de ler e de ouvir histórias.
* Têm a peculiaridade de transportar o público infantil para universos particulares, tratando dos conflitos interiores.
* Como desperta no grupo a necessidade de dialogar sobre a história contada? Por exemplo: conversando após a história.
* Repertório com recheio de magia a contribuir com a capacidade de desenvolvimento das estruturas de representação das crianças e a evolução do vocabulário e o crescimento emocional em grupo.
* Por que muitos ficam distanciados da leitura? Seriam estas, muitas vezes cansativa para alguns ouvintes? Por quê? 
* Como deixar claro para as crianças, os momentos em que se está lendo e quando se está contando uma história?
* Como Narrar histórias sem a presença do conteúdo escrito ou então: fazer mediações de leituras sem estar a cada narrativa mostrando as ilustrações?   

        * RODA DE LEITURA E CONTOS DE HISTÓRIAS:
Serve para comparar as diferentes versões observadas nas leituras através da interação professor-aluno, aluno-aluno.
* A história da Rapunzel: na primeira versão, a mãe de Rapunzel sente desejo de comer rabanetes durante a gestação; na segunda, come cerejas; e na terceira, come tomates.
* Pedagogicamente, acredita-se que a leitura de contos abre caminhos para as descobertas do público infantil, mostrando às crianças que até as histórias sofrem mudanças, dependendo da criatividade de cada autor.
* É uma Roda que necessita de uma grande diversidade de textos literários, perpassando pelos contos clássicos, populares, versos, prosas, trava-línguas e poesias...
* A leitura de histórias coloca as crianças frente à diversidade de expressão da linguagem, contribuindo para o desenvolvimento da potencialidade verbal e expressiva das crianças. 
* Este é um recurso pedagógico que necessita de um espaço próprio para a leitura, dentro ou fora da sala de aula, para a organização do material literário e acomodação do grupo reunido em roda, propondo a participação ativa das crianças das histórias e no diálogo enlaçado entre o livro e as crianças.
* Quando a história é curta, o ideal é que se leia mais de um livro na roda.
* Histórias longas, podem ser lidas em dois momentos, ou seja, em duas rodas de contos, retomando o que havia acontecido na leitura anterior, despertando o desejo pela leitura, causado pelo suspense provocado pela espera do dia seguinte.
  * A imaginação e as palavras: são instrumentos são instrumentos que as crianças têm para se relacionar com o mundo físico e social. Elas permitem que as crianças usem suas experiências passadas para lidar com o presente e o futuro, e crie sua própria filosofia para explicar o que observa.

Como fazer tudo isso acontecer?

  * PRATICANDO A LEITURA DE HISTÓRIAS NA RODA DE CONTOS:
A prática de uma boa leitura contribui com o desenvolvimento da atenção e concentração das crianças.
É um ato que torna as crianças mais atentas sem perder o fio sequencial do que foi lido.
Esta prática também contribui com a plasticidade cerebral na construção do esquema cognitivo necessário para a organização e representação de idéias seqüenciais indispensáveis na codificação e decodificação das letras nas palavras, das palavras nas frases e das frases nos textos.
Neste processo, é indispensável falar a respeito dos autores para que se estabeleça uma rede de comunicação mais ampla entre o autor e o contador; entre a escolha dos contos e a platéia, visando transporta-la para um universo misteriosamente fantástico.
Dentro deste universo as crianças podem tratar dos conflitos relacionados com diferentes sensações do tipo: abandono, competitividade, autonomia, medo à perda, necessidade de proteção, enfim, todos os dramas da turbulência humana, buscando uma solução de final feliz.
Observa-se que muitos adultos ainda preferem o velho procedimento na história: fazer uma simples leitura para as crianças, colocando-as sob o risco de distanciamento do conto que possibilita a automotivação na leitura de forma prazerosa.
Os adultos que observam a leitura dessa forma fazem com que o ato de ler se transforme numa atividade cansativa.
Ler histórias ou cantá-las enriquece o universo da leitura e o conhecimento da história, por isso, a importância de deixar claro para as crianças, quando estamos lendo e quando estamos contando sem fazer leitura. Assim, cabe aos professores praticantes desta forma de ensinar, procurar colocar a platéia frente à diversidade e à potencialidade de expressão da língua escrita e falada, comprometidos com o desenvolvimento da sensibilidade verbal e expressiva das crianças.
Na prática pedagógica, é necessária a organização de um espaço e horário para a leitura em sala, reunindo o grupo em rodas para que todos possam participar de forma ativa na escolha da história e no diálogo estabelecido entre o livro e o leitor.
Numa roda pode ser contada mais de uma história, quando se trata de livros com histórias curtas.
Livros com histórias longas podem ser lidos em duas rodas, sempre retomando o que aconteceu na roda anterior para, então, dar continuidade à história.
Torna-se importante que as crianças, também, contribuam, trazendo livros de suas casas para enriquecer o repertório dos contos: De Bruxas, Duendes e Gnomos, Dragões, Gigantes, Feiticeiros, Folclore... Enfim, o papel do contador é explorar contos apreciados pelas crianças para introduzir os contos ainda não conhecidos por elas.
           *  HISTÓRIA DE FICÇÃO E HISTÓRIA REAL
Muitas pessoas supõem que as histórias de ficção são adequadas para as rodas de contos. Também supõem que essas histórias pertencem à chamada literatura infantil.
Outras supõem comum porque as crianças gostam desse tipo de história.
Este gostar não é uma exclusividade, pois, muitas vezes as crianças se encantam com os relatores da vida cotidiana dos professores, dos pais e delas mesma. São histórias do tempo em que elas ainda não tinham nascido, de como era a vida no tempo dos avós, de como vivem os índios e outros povos na atualidade, etc...
Geralmente, o contador de história não leva em consideração o fato de que a separação entre história de ficção e história real envolve conceitos (verdade, realidade, irrealidade...) conceitos que as crianças ainda não têm condições de formular ou compreender, conceitos dos quais elas tentam se aproximar quando procuram estabelecer o que “é verdadeiro” e o que é de “brincadeira”, mesmo que se saiba que, durante um período da infância, a validade desses dois conceitos fica subordinada à opinião dos adultos. 
Como se percebe, o repertório de histórias a contar na roda de contos pode ser amplo, envolve, além de obras literárias nacionais e estrangeiras, as histórias veiculadas pela tradição verbalizada das comunidades, do Estado e do país ligadas à tradição de outras culturas, ou seja, as histórias da História de outras civilizações, etc.

                            PORQUE EM FORMA DE RODA?

Esta é uma situação estratégica muito privilegiada para tarefas em grupo, por permitir igualdade de condições, de espaço, audição e melhor visibilidade para todos os integrantes.
Esta forma favorece a fluência das ações que a tarefa envolve. É uma forma pedagógica que serve para desenvolver diferentes tarefas no grupo. 
As histórias contribuem em diferentes aspectos da vida pessoal e escolar da criança. Elas podem ser incorporadas aos planejamentos e nos relatórios de classe.
Os professores podem atuar de acordo com o que observam, explorando os aspectos privilegiados das relações história-aprendizagem e história-desenvolvimento.
De acordo com os pressupostos psicanalíticos, algumas histórias podem ser utilizadas como relaxamento, apaziguadoras de excitação das crianças em determinadas situações de conflitos interiores.
Outras histórias fornecem subsídios instrumentais para elevar as ações cognitivas na busca de resoluções de questões lógicas do seu ponto de vista.
Pode-se perceber, nas diferentes visões teóricas as histórias possuem objetivos específicos, assim como: fornecem subsídios terapêuticos na vida escolar dos alunos. Por isso, devem ser estudadas e analisadas pelo contador antes de serem levadas aos alunos.
Justifica-se que este ponto de vista geralmente se fundamenta na leitura psicanalítica dos “Contos de Fadas” (livro de Bettelheim).
As histórias servem para alimentar os jogos dramáticos, informar conhecimentos da língua escrita, trabalhar com a linguagem corporal-gestual, estimular o vocabulário verbal, educar a escuta, ampliar o universo de representações, enriquecer as interações, trabalhar o nível de autoconfiança e auto-imagem... É um instrumental didático, ainda muito restringido em dadas realidades escolares.
Alguns autores contemporâneos têm mostrado que, tanto a visão acadêmica quanto a terapêutica costumam limitar o repertório das histórias a um elenco reduzido da literatura infantil (contos de fadas, fábulas, etc...), limitando, também, as suas funções e reduzindo os seus objetivos para a sua aplicação no convívio dos alunos.
Com isso, as histórias perdem o lugar que deveriam ocupar no currículo escolar enquanto uma linguagem a ser introduzida, conhecida e descoberta nos aspectos que lhe são próprios (aspectos internos).
As histórias necessitam ser reconhecidas como portadoras de inúmeras significações sócio-culturais, históricas, emocionais, lingüísticas, literárias.
Por ser uma linguagem rica em significações, as histórias devem ser selecionadas, assim como, dever ser escolhido o momento da rotina que lhe será dedicado para que a própria criança possa descobrir o prazer de ser ouvinte e, também, um contador de história.
Os “Contos de Fadas” ainda tem sido uma fonte de ensino e aprendizagem muito apreciada pelos professores e alunos da Educação Infantil e Séries Iniciais.
A Roda de Contos traz em seus objetivos a tarefa de criação de rotinas nas interações e intervenções pedagógicas. É um instrumento pedagógico que serve para informar o professor sobre os aspectos do mundo simbólico infantil – aspectos que promovem o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
Na visão acadêmica, as histórias são vistas como elementos que promovem a aquisição de determinados conceitos e habilidades, para alcançar determinados objetivos de desenvolvimento infantil. 
                                    O BOM CONTADOR
O bom contador é aquele que gosta de ler, que aprecia uma boa história, que possui a capacidade de despertar na platéia o desejo de ouvir mais e mais histórias, de levar os ouvintes ao diálogo interior sobre as coisas que gostam e sobre como os seus ouvintes se relacionam com as histórias... Também, fazer aquela viagem enquanto o narrador está a retratar o universo da história contada. É quando o ouvinte-leitor, nessa viagem começa a falar consigo mesmo – uma espécie de conversa sobre as coisas que ouviram dos mais velhos.
O bom contador é aquele que leva a sério o fato de estar relatando um pouco da cultura, procedendo com respeito.
Ao contar uma lenda, por exemplo, quando o contador de histórias envolvido com o universo das histórias a percorrer por todos os cantos do enredo, naturalmente, consegue transmitir conhecimentos, dando a entender parte do mundo de significados que organizam as relações entre as pessoas. Sabe que uma roda de contos é uma sutil ocasião de ensino em que: em perceber, os ouvintes aprendem.
A conduta do contador necessita ser perfeita; seus gestos, seu olhar, o nível de compreensão que vai relatando, não fazer interpretações do que descreve, dá explicações do conto somente quando ele julga indispensável à compreensão da platéia, convidando os ouvintes a preencher de significações os elementos significantes (contos, lendas, etc...).

Referências Bibliográficas:

CLÉO BUSATTO O Fio da História: Por uma educação pela paz – Curitiba/PR: Artes & Textos, 2011.
___________ Práticas da Oralidade na sala de aula. SP: Cortez, 2010 (Oficinas aprender fazendo).
___________ Contar e Encantar: Pequenos segredos da narrativa – Petrópilis/RJ: Vozes, 2012.
OBS. Outras bibliografias vão sendo incluídas no decorrer das aulas.
CHAUÍ, M. de S. Os trabalhos da memória. In: BOSI, E. Lembranças de Velhos. SP: T.A. Queiroz, 1979.   
GRIMM, Jakob. Os Contos de Grimm. São Paulo: PAULUS, 1989. 
MACEDO, L. de. Aprender com jogos e situações-problema. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
MARINHO, F. R. Professor da pré-escola. v.1, v.2. Rio de Janeiro: FAE, 1991.
RUBEM ALVES. Editora: Bestbolso. Ao Professor, Com o Meu Carinho - Categoria: Literatura Nacional / Contos e Crônicas.
TATIANA BELINKY. Os Contos de Grimm. Tradução do alemão – SP: Ed. Paulus, 1989.




 Claudete T. da Mata. A arte de contar e ouvir histórias: a escola, as crianças e as histórias. Florianópolis/SC, 2001.

terça-feira, 25 de abril de 2017

O CORAÇÃO DO BAOBÁ - CATEGORIA FÁBULA (Autoria: Claudete T. da Mata)

A imagem pode conter: árvore, planta, céu, atividades ao ar livre e natureza
      Reza a lenda africana, lá das savanas, que: todo aquele que for sepultado na barriga de um BAOBÁ, enquanto a árvore sobreviver, a alma nela sepultada, irá viver. Como o BAOBÁ tem vida bem longa... Muito longa, a alma pode viver mais de seis mil anos no seu corpo. Como pode enterrar alguém dentro da barriga do BAOBÁ? Pode sim. sua barrigona é oca... Repleta de sentimentos. Agora vamos à lenda? Então vamos!

      Reza a Senhora História, lá no coração da África, numa extensa planície, bem no centro da           Savana surgiu uma árvore frondosa. Conhecida assim, por sua grande barriga, Senhora de muitos Mistérios: Nascia o BAOBÁ... muito aconchegante para os viajantes que por ele passavam e ficam a refrescar suas línguas secas de sede.
Certo dia, sob os raios do sol escaldante, ao meio-dia do continente africano, saltitava pelo lugar um coelhinho, bem próximo do BAOBÁ. Ele estava exausto, derretendo, quando de longe, mas não tão longe, avistou o BAOBÁ. O coelho correu, correu, correu... e correu mais um pouco para deitar-se sob a sombra do BAOBÁ onde ficou bem protegido. O bichinho ficou ficou tão à vontade que chegou a cochilar encostado na barriga do nobre BAOBÁ. ao acordar, olhou para cima sem conseguir deixar de falar: 
      - Olhe só que sombra aconchegante você tem, velho BAOBÁ! Agradeço-te por me deixar sobre a tua barriga, descansar... Gratidão, nobre BAOBÁ!
E a velha árvore, não costumada a receber palavras de agradecimento, sentiu-se tão mas tão reconhecido, que sacudiu os seus galhos a tremelicar suas folhas. Elas pareciam estar a dança de tamanha alegria. 
     Ao perceber a reação da árvore, o coelho quis aproveitar-se um pouco mais da situação e foi falando:
      - É, Senhor Baobá, realmente sua sombra é tudo de bom... E os seus frutos que eu cá embaixo fico a ver eles lá em cima? Olhe que estão a parecer grandes. Devem ser deliciosos. Pelo que ouvi falar, estou vendo que... Rã rã... não é nada do que vivem a dizer...
E o BAOBÁ, tocado dessa maneira, no seu amor próprio, foi logo caindo na armação do coelho. E largou, lá do alto de sua copa, um belo e suculento fruto, que foi rolando pelos galhos até chegar próximo do coelho que, na sua ligeireza, foi farejar o fruto. Ele o devorou inteiro. O fruto estava uma delícia de tão suculento. Com sua vontade saciada, o coelho voltou à sombra do BAOBÁ, se esticou todinho e o agradeceu:
      - Senhor BAOBÁ, assim feito a sua sombra boa, o seu fruto, igualmente, é da melhor qualidade. Mas... me diga... e o seu coração, será assim tão fresco quanto a sua sombra e tão doce que nem o seu fruto? Ou é seco feito sua casca dura? 
      Foi nesse momento que o BAOBÁ, ao ouvir tudo isso, tomado de tamanha emoção, que há tempo não havia sentido, foi cativado pelos elogios. Agora sim, ele mostraria o seu misterioso coração - seu maior tesouro. 
       - Um amigo... É tudo o que eu queria... - falou o BAOBÁ de si para consigo.
       Mas não era tarefa difícil. Se do lado de fora, o coelho havia se mostrado tão doce e amigo... Do lado de dentro, a pulsar forte, o BAOBÁ, mesmo que hesitando... aos poucos foi abrindo a porta de seu tronco... Foi abrindo, abrindo, abrindo, abrindo, abrindo... abriu mais ainda... até expor uma fenda bem grande... foi por onde o coelho conseguiu ver, um grande tesouro abarrotado de moedas de ouro e prata; pedras e joias preciosas... era aquele, um tesouro sem igual. Foi quando o BAOBÁ, todo amolecido pelo afeto recebido, ofereceu ao coelho, tudo o que lhe fosse possível levar. De olhos esbugalhados e o coração a bailar num compasso descompassado, o coelho pegou o que conseguiu: umas joias para Dona Coelha, algumas moedas e um punhado de pedras. Ele saiu a expressar sua GRATIDÃO ao BAOBÁ. 
      - Amigo, amigo... Muito obrigado! Jamais vou te esquecer. Logo... tão logo, cá estarei a te abraçar Senhor BAOBÁ! 
      E os dois se despediram amorosamente.
ao chegar em sua casa, o coelho encontrou Dona Coelha deitada, um tanto desanimada. Foi quando ele lhe presenteou com as joias. Dona Coelha, ligeira que só ela, num só salto, começou a se enfeitar com colares, anéis, pulseiras, braceletes... e saiu para se exibir entre as amigas, no meio de um pomar muito visado por caçadores e predadores solitários... 
      De repente, do nada, apareceu ao seu lado, Dona Hiena, de olhos a saltar de inveja. Ela foi logo se indagando:
    - Amiga Coelha, de onde veio tanta formosura? Você está linda... Posso saber de quem você ganhou tudo isso, querida? Diga logo... Meus olhos estão... deixe os meus olhos pra lá e fale como conseguiu estas belezuras.
      Dona Coelha, que nada sabia, respondeu toda orgulhosa:
      - Vá perguntar ao meu marido, querida... 
     Foi quando, sem perda de tempo, Dona Hiena foi ao encontro do coelho a lhe fazer mil perguntas. 
     - Diga tudo... Fale logo! Não quero detalhes, só o que aconteceu me basta.
     E o coelho. sem perceber a maldade, contou tudo à Dona Hiena, que ouvia tudo num frenesi, que em poucos minutos, o coelho se viu a falar sozinho. Dona Hiena? Sumiu! 
No amanhecer do dia seguinte, próximo ao meio-dia, la estava a Dona Hiena a correr pela savana... ela estava a repetir todos os passos narrados pelo coelho. Até que chegou e deitou-se encostada no     BAOBÁ. De mansinho, foi falando:
   - Senhor Baobá... sua sombra é fresquinha, uma delícia. Imagino o gosto de seus frutos. Huuuummm... devem ser suculentos, docinhos... Posso ganhar um? Posso?
     E o BAOBÁ, todo derretido com as palavras doces da Dona Hiena, além dos frutos, também abriu, finalmente, a porta de seu coração. 
      O Senhor BAOBÁ, a quem no dia anterior, havia estado com o coelho, amigo confiante, diante da Dona Hiena a lhe contar, também sobre o amigo coelho, nem hesitou... e foi se abrindo aos poucos... com movimentos lentos a saborear cada segundo de mais uma de suas entregas. Senhor BAOBÁ estava feliz. Era mais uma alma generosa a estar com ele. Mas Dona Hiena, como sempre: perdera a paciência e saltou sobre o coração do BAOBÁ aos pulos a agarrar no seu tronco, aos gritos: 
     - Abra, abra logo querido! Deixe de nhê nhê nhê... quero este coração todinho pra mim... Ande logo seu molenga. Não vez que não estou pra esperar? Abra logo, abra... Eu quero teu tesouro agora todinho... meu ouviste? 
      Dona Hiena pulou para dentro do barrigão do BAOBÁ que, em poucos segundos a recogitou para fora. 
      O coelho, do outro lado da savana, à procura de um lugar para construir sua nova morada, nada conseguiu ouvir... Apavorado, o Senhor BAOBÁ fechou imediatamente a sua barriga, enquanto Dona Hiena ficou lá fora a uivar freneticamente. Ela xingava, gritava, se esperneava sem parar... Nem uma joia, ela conseguir pegar. E por mais que ela mordesse a barriga do Senhor BAOBÁ, nada conseguiu levar. 
      Desse dia por diante, reza a lenda que a Dona Hiena herdou o hábito de revirar as vísceras de animais mortos... sempre a imaginar encontrar neles algumas joias feito o tesouro do Senhor BAOBÁ. Dona Hiena nunca soube, que esse tesouro só existe em corações vivos, sempre a bater dentro de um BAOBÁ que, desde o erro fatal da Hiena, ele nunca mais se abriu. Assim também pode ser o coração dos homens, que uma vez ou outra, lhe vem à mente as mordidas da hiena, feito um fio de memória... Será? 

       APÓS MUITAS E MUITAS LEITURAS DA LENDA ORIGINAL E DE OUTROS AUTORES, NASCEU ESTA RELEITURA DE CLAUDETE TEREZINHA DA MATA - 2015. Jamais imaginei um dia, no dia 20 de março de 2017 ser premiada com um Baobá, na Biblioteca Mário de Andrade - Bairro Santo Amaro/SP.

(http://www.recantodasletras.com.br/fabulas/5969618 - Todos os direitos autorais reservados)

domingo, 23 de abril de 2017

SOMENTE DATAS - AGENDA: CURSO ESPAÇO DE HISTÓRIAS - PRIMEIRO SEMESTRE!

CURSO ESPAÇO DE HISTÓRIAS/2017
(Certificação Semestral. Ao completar os 18 meses de Curso, o cursista rebe a certificação de (Formação do Contador de Histórias) 
1º DIA – 06 DE MARÇO DE 2017: Abertura das Aulas do Primeiro Semestre1
Turma da Tarde: Das 14h30 às 17h00
Turma da Noite: Das 19h00 às 21h30


2º DIA – TURMA DA NOITE - 27 DE MARÇO DE 2017

19h às 21h30: Aula normal. Os Narradores já envolvidos na prática da oralidade desde Março de 2016 são poucos, sendo na maioria novos integrantes. Por esta razão, não aconteceu nenhuma apresentação aberta ao público - ainda..

3º DIA – 03 DE ABRIL DE 2017

INICIAR RODA DE CONTOS E MEDIAÇÕES DE LEITURAS, PARA A APRECIAÇÃO DE ESTILOS NARRATIVOS E A AQUISIÇÃO DE TÉCNICAS PARA O APRIMORAMENTO DOS ESTILOS.

EXERCÍCIO EM CENA: TRABALHO DAS COMPETÊNCIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS-MEDIADOR DO LIVRO E DA LEITURA ANIMADA E COMPARTILHADA
MINISTRANTE: Claudete Terezinha da Mata
·          
4º DIA – 10 DE ABRIL
Das 19h às 21h30
AULA TEÓRICA: Dos narradores das cavernas à era contemporânea.
AULA LABORATÓRIO - NARRAÇÃO E MEDIAÇÃO DE LEITURA ANIMA E COMPARTILHADA - LIVRO: A FORMIGUINHA 
LOCAL: CENTRO INTEGRADO DE CULTURA - CIC - ESPAÇO LINDOLPHO BEL - FLORIANÓPOLIS
Coordenação: Claudete T. da Mata (Ação 100% voluntária)

5º DIA – 24 DE ABRIL DE 2017
Turma da Tarde: Das 14h30 às 17h00
Turma da Noite: Das 19h00 às 21h30
   Prática da Oralidade com Contação de Histórias e Mediação de Leitura Animada e Compartilhada

Conteúdo
Linguagem do Narrador Oral enquanto palavra e corpo que comunica;
O Contador de Histórias envolvido com as histórias e os segredos da narrativa: Entrada, permanência e saídas das histórias;
Mistérios do Enredo da Arte da Palavra: Como lidar com os medos e as impressões que assustam, suas percepções, processo de criação na retratação do imaginário do narrador a cativar os seus ouvintes, viagens com pelo universo sagrado;
Praticando a arte de fazer Mediação de Leitura Animada: Diferenças entre contar e fazer mediação de leitura animada;
Conhecendo e preservando estilos: Momento de exteriorizar preferências e experimentar o novo;
Técnicas voltadas à voz e o corpo do contador de histórias: jogo de voz, consciência corporal no trato das expressões das personagens, o tempo da história e a ambientação espacial.....
Preparação do Contador de Histórias para receber e apresentar a história.

      LOCAL DO CIC: ESPAÇO LINDOLPHO BEL - FLORIANÓPOLIS
Turma da Tarde: Das 14h00 às 16h30 - Turma da Noite: Das 19h00 às 21h30

6º DIA – 27 DE ABRIL DE 2017
Das 09h30 e 14h30
   * Prática da Oralidade: Contação de histórias e Mediação de Leitura Animada e Compartilhada - Livro: lIVRE ESCOLHA
Colégio Altino Cabral - 9:30h - 15 alunos de 3 anos
Colégio Alpha - 14:30h  - 31 alunos com 4 anos

LOCAL: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SC

 7º DIA – 09 E 10 DE MAIO DE 2017
Oficina: Mãos que Tecem Histórias
Das 18h30 às 21h00
Ministrante: Lenice Gomes

Público: integrantes do Curso Espaço de Histórias e Convidados em geral.

LOCAL: AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA DE SC
Rua Tenente silveira - Centro de Florianópolis/SC
Ponto de Referência: Em frente do Banco Itaú!

Os interessados devem preencher o Formulário de Inscrição!
8º DIA – 13 DE MAIO DE 2017

APRESENTAÇÃO: “Tempo de Histórias em Família”

Narradores: Cursistas do Projeto Espaço de Histórias 

Horário: Das 14h às 15h30

LOCAL: CASA DO GOVERNADOR HERCÍLIO LUZ -  RANCHO QUEIMADO/TAQUARAS

(Sujeito à mudanças) - Público Livre

    MetodologiaOrientar os cursistas no preenchimento do Formulário de Inscrição de participação. Colocar os participantes em prática, com o apoio de técnicas trabalhadas nas aulas anteriores: Técnicas  de consciência corporal, jogo de voz e expressão, com a utilização, ou não, de elementos em cena. Treinamento das competências do narrador em cena...  

     O Formulário de Inscrição deverá constar: Nome do narrador de histórias, Título da História e sua autoria, faixa etária indicada com a possibilidade de adequação para o público do dia e conter a sinopse da história... Outros dados.


9º DIA – 15 DE MAIO DE 2017
Turma da Tarde: Das 14h30 às 17h00
Turma da Noite: Das 19h00 às 21h30


RODA DE APRECIAÇÃO DO ENCONTRO ANTERIOR
Ministrante: Claudete T. da Mata (Ação 100% voluntária)
 “Reunir o Grande Grupo” para o trabalho de técnicas voltadas à prática da oralidade do narrador de histórias – Exercícios para o aprimoramento da consciência corporal: Jogos de expressões faciais, voz, corpo e jogo de improviso...

10º DIA – 19 e 26 DE MAIO DE 2017
Das 14h00 às 18h00 

OFICINA DA VOZ NO EMPODERAMENTO DO NARRADOR DE HISTÓRIAS
Ministrante: Maria Rita Pimenta Rolim, Fonoaudióloga, Professora e Coordenadora da Clínica da Voz da Universidade Federal de SC.
OBJETIVO GERAL: Conhecer e trabalhar as diferentes Vozes e o Corpo que respira – dois instrumentos a trabalho das PALAVRAS FALADAS, como expressão do UNIVERSO IMAGINÁRIO, de acordo com o conteúdo teórico e prático da ministrante e sua metodologia de ensino voltado ao trabalho da linguagem oral (voz), motricidade orofacial, disfagia e outros pontos a serem trabalhados.

OBJETIVOS ESPECÍFICO:  OS CURSISTAS serão envolvidos pela ministrante, em momentos de aprendizado que contemple o funcionamento de cada voz apresentada, para uso de recursos técnicos para o empoderamento das suas práxis;
·       Ter consciência do tipo de voz;
·        Saber fazer uso da voz: da respiração à narração, por ser o principal recurso do narrador de histórias em cena;
·        Aprender fazer uso da apneia em determinadas situações diante do público, passando uma situação conflitante como parte da história...
·       Como administrar e transformar limites em possibilidades narrativas?
·       Desenvolver atitudes competentes nos ambientes das apresentações das narrações  em público;
·       Conhecer e transformar limites vocais em possibilidades, na doação da voz às histórias.

Público: Alunos do Curso Espaço de Histórias e aos Acadêmicos da ABCH. 
À comunidade em geral.
INTERESSADOS: enviar email para claudete_tm@hotmail.com
Solicitar formulário de inscrição.


11º DIA – 28 DE MAIO DE 2017
RODADA DE HISTÓRIAS
Entre Cursistas do Projeto Espaço de Histórias e seus Convidados
Dois Horários: Das 18h às 20h
Local: Cinema do CIC
(Sujeito à mudanças)
DIVULGAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
(Também, com o Apoio da FCC, na divulgação do Evento no seu Site)

Público Livre

                                                     12º DIA – 02 DE JUNHO DE 2017

                                             COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DA ABCH 
                                                 
                                                     *****RODA DE HISTÓRIAS*****
                                                           (LOCAL: CINEMA DO CIC)
                                       DAS 14H ÀS 15H30: NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS
                
           COQUETEL DE CONFRATERNIZAÇÃO ENTRE CURSISTAS E ACADÊMICOS
               (Cada integrante contribui com aquilo que mais gosta de comer e uma bebida)
                                                                                  ÀS 17H
                                                                      
                                                            13º DIA – 12 DE JUNHO DE 2017
                                                                            14h e 19h

                                    RODA DE HISTÓRIAS E MEDIAÇÃO DE LEITURA ANIMADA
ENTRE CURSISTAS (NOS DOIS TURNOS)

LIVRE PARA CONVITES AOS AMIGOS E ESCOLAS
TEMA: LIVRE

NARRADORES: CURSISTAS DO PROJETO ESPAÇO DE HISTÓRIAS

LOCAL/TURMA DA TARDE: BIBLIOTECA DE ARTES/CIC
LOCAL/TURMA DA NOITE: SALA DE CINEMA

TAREFA: ENSAIAR CANTIGAS DE RODA, PARA AS ENTRADAS E SAÍDAS DE CADA HISTÓRIA.

14º DIA – 26 DE JUNHO DE 2017
REVISÃO DOS CONTEÚDOS E EVENTOS TRABALHADOS DURANTE O PRIMEIRO SEMESTRE: DE 06 DE MARÇO A 12 DE JUNHO/2017.
15º DIA – 26 DE JUNHO DE 2017
RODA DE HISTÓRIAS – HISTÓRIAS EM RODA
(Entrega dos Certificados de Formação dos Contadores de Histórias)
Coquetel de comemoração!
(Ver patrocinador)
COORDENAÇÃO: Claudete T. da Mata