Foi uma tarde mágica.
Márcia tem mãos tecelãs. é dona de uma voz que encanta e canta nobremente.
Os elementos foram confeccionados e adaptados por ela.
Este foi um exercício de aprendizado e aperfeiçoamento das técnicas naturais, que necessitam de orientações para o aperfeiçoamento das práticas narrativas com uso de elementos.
Também aconteceu o estudo da narrativa em grupo em torno da construção da narrativa de Pinóquio: características dos personagens principais e secundários, enredo da época e suas contribuições até a atualidade, a importância deste conto para o contador de histórias numa atuação mais consciente, dentro e fora do ambiente educacional.
Sabedoras de que nos tempos remotos (Antiguidade) a prática da contação de histórias era vista sob um olhar inferior à
escrita, época em que os povos antigos se reuniam em volta de fogueiras para contar histórias que foram constituindo as lendas e dando origem aos contos que temos até hoje. um deles é a história de Pinóquio, sempre lido e revisado pelos leitores contemporâneos, disseminando a a cultura, os costumes, sendo um deles: reunir-se para ouvir
histórias, hoje uma atividade não mais só para entreter, mas também para aprender, imaginar, viajar pelo universo sagrado com os narradores e poder ler os segredos contidos nas entrelinhas de cada conto... de poderem caminhar pela arte de criar e recriar as narrativas orais oriundas de tempos antigos a dar origem às releituras publicas por autores contemporâneos. Como se explica por que durante tanto tempo a prática da contação de histórias foi rejeitada pela sociedade do tempo pós antigo? Seria porque as suas lendas e contos serem histórias do
imaginário popular pertencentes à memória coletiva ou por serem destinadas a ouvintes adultos da época e bem depois virem ao encontro do público infantil e às comunidades em geral - públicos ouvintes? Esses foram e ainda são assuntos debatidos nos nossos encontros. Por que? Porque ainda temos aqueles que não acreditam no poder das histórias, nem mesmo nelas...
Também temos os meios de comunicação em massa a separar o corpo do narrador dos seus ouvintes. Como? Ter que ouvir o contador de histórias, sem poder falar com ele após sua narração - no momento da APRECIAÇÃO das histórias: tirar dúvidas com os narradores dispostos às perguntas dos ouvintes e preparados para os afagos com acompanhados das respostas...
É maravilhoso olhar olho no olho, sentir o calor humano, acordar os ouvidos, abraçar os fios da memória numa contradança com os cabelos da alma.... esbugalhar olhos, provocar estranhamento, sentir aquele medo que nunca desejamos sair de nós porque ele também faz parte do alimento que o conto conta...
Ir em busca do conhecimento e do respeito ao tempo das histórias... isto é dar alma, vida e liberdade aos movimentos de cada história. É deixar que elas sejam as estrelas em cena...
Assim também acontece no momento atual: Ter o contador de histórias nas suas narrativas, seja de sua autorial ou de outros autores a mostrar os encantos no momento de "ImaginAção"...
E poder viver o espaço atemporal e sair pelas floresta da Itália, morada de muitos sábios e sábias até a casa de um velho solitário: Gepeto, como incentivo e cheio de desejo de saber como seria ter um filho de verdade? Isso é ser um #contadordehistórias e #mediadordeleitura com "AnimAção".
De colocar em cena nossa competência criadora de imagens virtuais capazes de transportar nossos ouvintes para dentro do tempo da história narrada...
E poder trocar de roupa em cena sem cortar o fio da história.... e de conseguir sentir com consciência, os sintomas das poesias de cada história a banhar nossas almas com seus encantos, seus espantos, seus seres em constante metamorfose!
Além dos novos integrantes, também temos aqueles que sempre estão presentes nos encontros, desde 2013 e 13.07.2015. Muitos sempre estão de volta, sempre juntos...
Texto de Claudete T. da Mata
Fotos: Natan Leal e Integrantes do Projeto.
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