Dia
20.07.2015 - Primeira passagem: Uma parada em uma cervejaria no Bairro Santa
Mônica/Trindade/Florianópolis, para um encontro entre escritores e outros
amantes das letras e da arte de escrever com a alma. Lá estiveram: Claudete T.
da Mata, Albertina Saudade e Natália Bueno - integrantes da Oficina Literária
Boca de Leão (OLBL). Depois da rodada de leitura dos escritores, foi a vez da nossa mesa.
Dia
21.07.2015 - Estiveram presentes na Oficinas de Escrita, no SESC/Prainha: Claudete T. da Mata, Albertina Saudade Fonseca, Natália Bueno, Evandro Jair Durate e Aparecida Facioli.
exercício nº 1:
tua escrita
– Você escreve todos os dias?
Organização de uma série de exercícios criativos sem pretensões de corrigirem as tarefas apresentadas,
além dos comentários pós leitura dos participantes, momento em que foram
plantadas ideias bem boladas para que os interessados, após a vivência desta
experiência, possam praticar a escrita com outro olhar.
Visitando o blog de uma das escritoras da estrada, penso ser importante estar a mostrar uma das anotações da escritora Rüsche, sobre este exercício:
"Mas não sinta pressão. Isso deve aflorar. Vir como necessidade.
Já tive épocas de travamento (aliás, acabo de sair duma) e sei absolutamente
bem que, às vezes, a gente tem que relaxar. Tirar férias de si mesmo. Se
estiver começando, apenas se observe. Não se cobrar já é um feito e tanto.
Escrever por obrigação é chatíssimo. Ainda mais literatura." (Ana
Rüsche)
Seu foco são os exercícios de escrita criativa.
exercício nº 2: uma classe de palavra salgada
Aqui o escritor trabalha com palavras interessantes, para o
Afinar dos dedos "para teclar ou rabiscar. O sal da frase. O que
açula calmaria, tufões e dias ensolarados. Muita gente intui que toda a graça
da escolha vocabular mora nos substantivos e adjetivos. A pessoa decide ser
caprichosa [...]".
Dicas da autora (informações do seu blog):
Passo 1: Retorne ao exercício nº 1. Analise o texto que vc
produziu. Se não tiver feito, faz agora, né?
Passo 2: Grife todos os
verbos que constam no trecho. Não se esqueça dos pequenininhos.
Passo 3: Agora…
altere todos! Todos! Troque
por outros verbos. Podem ter sentido semelhante ou mesmo um sentido antagônico.
Como se trata de treino, é recomendável escolher alguns verbos bem exóticos. A
ideia é trabalhar escolha de vocabulário, sim?
Passo 4: Releia.
Viu como muda tudo?
A autora oferece
algumas dicas.
DICA BÁSICA:
Fazer uso de um bom dicionário sempre que o escritor se
encontrar em apuros com o que e como fazer com os verbos. Concordo plenamente.
Escritores que
escrevem sem o conhecimento dos verbos e da linguagem a ser utilizada, caso não
consiga expressar a sua criatividade com os cuidados necessários, corre sérios
riscos de levar ao leitor uma literatura sem qualidade. Depois, não há como
reclamar da má sorte ao ver o produto do seu imaginário às pilhas em algum
lugar da casa. O mais lamentável, é ver escritores nesta situação a persistir
na mesma estrada, mesmo que alguém tente lhe abrir a mente. O sujeito parece
cego, literalmente. Alguns até chegam até nós e dizem:
"- Escritores
não precisam de leitura, nem de estudo..., basta sentar e escrever o que vem à
mente."
Este é do tipo
resistente. Sair da zona de conforto, para muitos, é puro sofrimento. Ficar na
plateia, para alguns, é tudo o que preferem fazer: olhar o outro, lhes faz bem,
mas estar sua plateia interior, é o mesmo que enfrentar uma jaula cheia de
feras indomáveis.
DICA
INTERMEDIÁRIA:
Ir em busca "daquela velha gramática"
que temos em casa e conhecer os capítulos dos verbos. A autora indica a "gramática
do Napoleão,bastante precisa".
DICA AVANÇADA:
Quem gosta da
escrita consciente (gosta do fazer literário com qualidade), a autora
indica o livro "As astúcias da enunciação do José
Luiz Fiorin que não vai apenas falar de verbo, mas de um monte de coisas
relacionadas. É um livro técnico, com linguagem acadêmica, mas nada que uma
pessoa desafiada não vença".
Exercício
nº 3: ainda a classe de palavra salgada
Orienta
como fazer com os verbos. Se os esquecemos além da conta, nada impede ao
escritor a prática de "uma hipercorreção".
Mostra como "praticar a
noção de afastamento e aproximação. De proximidade e de distanciamento".
Tudo sem mexer "com as pessoas ou advérbios".
DICAS DA ESCRITORA:
Passo 1: Desarquive
o texto que vc fez para o exercício nº 1. Se não tiver feito, tudo bem, faz
agora rapidinho.
Passo 2: Grife todos os verbos. Mesmo os
miudinhos. Se vc tiver feito oexercício nº 2, será muito mais fácil, pois esta
etapa estará pronta.
Passo 3: Altere o tempo verbal para a anterioridade
ou, se preferir, para a posterioridade – isto é, coloque todos em um tempo
verbal em um passado anterior ao que está escrito (espero que ninguém tenha
escrito o texto todo no pretérito mais-que-perfeito) ou em um tempo futuro.
Pode usar também subjuntivo. Há várias opções. O ideal é escolher uma alteração
que se acomode bem com teu texto. VER
EXEMPLOS NO BLOG DA AUTORA!
Este é o exercício que ensina
os escritos no desenvolvimento do seu potencial de atenção e capacidade de
reflexão, para ver algumas situações de entrada e saída do processo criativo,
de: afastamento - aproximação - mudança de sentido dos trechos no texto -
sentimentos do escritor ao ver tudo isto - exercício do pensamento reflexivo.
As indicações do exercício 02
também servem para este (03).
O foco deste exercício: PERTO E
LONGE É UM TEMPO
exercício
nº 4: não digo mais nada
Um exercício filosófico-existencial. Está dentro da
fenomenologia da narrativa, disciplina que fiz em 2014 com a Dra Ida Freira na
UFSC. O escritor utilizou um texto da Margaret Atwood sobre a arte de escrever.
Texto contendo verbos trocados e tempos verbais alterados. O leitor lidou com os seus próprios desejos.
A pergunta:
como eu escrevo?
Textos lidos, textos
escritos por quem se considera um escritor - podem não oferecer respostas, mas
podem arrancar risos ou nos fazer chorar, nos indignar, sair do texto repletos
de insatisfações, chegar à catarse. Nunca se sabe ao certo o que pode
acontecer.
Exercício
nº 5: traduções impossíveis
Foco:
Traduzir palavras intraduzíveis
Este foi o momento de traduções impossíveis, em que a ideia de fracasso
é inerente. Ao mesmo tempo saber que em certos momentos podemos aprender
com o fracasso. Me arrisco dizer o velho ditado: "errando também se
aprende". Também me arrisco a registrar outro ditado popular: "errar
é humano, entretanto, permanecer no erro, é burrice". Há muitos escritores
que insistem em afirmar que já estão prontos, como se a busca do saber contínuo
não representasse nada para eles.
Este exercício levou os participantes ao
entendimento do processo criativo cercado pelo saber do fazer literário
criativo, momento em que o escritor sabe como fazer as
traduções linguísticas e verbais (da língua mãe ou de outra língua)
para levar ao leitor um sentido "conotativo de explicar um
sentido menos habitual, captar e reelaborar em palavras uma cena, uma emoção".
Nas suas leituras para o
refinamento das suas práticas, segundo os "Escritores na Estrada":
[...] Traduzir textos e cenas
que gostamos é excelente para afiar as facas da criatividade e espiar dentro
dos profundos fossos de fundação dos edifícios de sentido. [...] os sinônimos absolutos não existem. [...] É quase uma questão de lógica: se uma palavra fosse exatamente
idêntica a outra, esta segunda palavra seria extinta pela total inutilidade.
Percebe?
Nas suas leituras para o refinamento das suas práticas, segundo os "Escritores na Estrada":
[...] Traduzir textos e cenas que gostamos é excelente para afiar as facas da criatividade e espiar dentro dos profundos fossos de fundação dos edifícios de sentido. [...] os sinônimos absolutos não existem. [...] É quase uma questão de lógica: se uma palavra fosse exatamente idêntica a outra, esta segunda palavra seria extinta pela total inutilidade. Percebe?
INDICO O BLOG DE ana rüsche | escritora
http://wordpress.anarusche.com/category/exercicios-criativos/
Claudete T. da Mata