quinta-feira, 16 de julho de 2015

CURSO: ESPAÇO DE HISTÓRIAS - FORMAÇÃO DE CONTADORES DE HISTÓRIAS - PRIMEIRA ETAPA - 13 e 27 DE JULHO DE 2015

PRIMEIRO PROJETO DE FORMAÇÃO DE CONTADORES DE HISTÓRIAS, PELA 
ACADEMIA BRASILEIRA DE CONTADORES DE HISTÓRIAS - ABCH, E
 FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA - FCC
MINISTRANTES: Claudete T. da Mata, Presidente de Honra da ABCH
                              Cristina Magdaleno Lopes. Vice-Presidente da ABCH.
13.07.2015 - 15h, NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO - VAMOS COMEÇAR?

Antes desejo falar: Os Griots, descendentes dos primeiros contadores de histórias, nossos ancestrais, ainda continuam vendo o corpo como o instrumento principal do narrador oral, para retratar o imaginário por meio dos seus movimentos criativos. 

A contadora de histórias, Claudete Terezinha da Mata, Presidente de Honra da Academia Brasileira de Contadores de Histórias - ABCH, numa ação de caráter voluntário, em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura – FCC, elaborou este projeto levado ao público: professores, alunos a partir dos 10 anos e acompanhado de um responsável, profissionais de todas as áreas do conhecimento, pai e público em geral, a Oficina “Espaço de Histórias” é um Projeto dividido em etapas, capazes de proporcionar o processo de formação consciente dos contadores de histórias, bem como o refinamento diferentes estilos.

O conteúdo a ser trabalhado, vai estar dividido em "módulos", como:


  • Contar, Imaginar e Encantar: Uma arte milenar!
  • Histórias Tradicionais;
  • Histórias Animadas com Origami e outros Objetos;
  • Arte de Media o Livro com Leitura Animada;
  • Manipulação de Bonecos Contadores de Histórias;
  • Confecção de Bonecos Contadores de Histórias;
  • Preparação de Espetáculo e sua Apresentação no CIC;
  • Evento de encerramento do Curso.

Os conteúdos elaborados vêm fomentar o refinamento da prática da oralidade. Sugerem sacudir o gosto pelo livro e a leitura, pesquisar, estudar e incentivar estas atividades de difusão cultural, capazes de contribuir com o despertar da sensibilidade humana, o imaginário consciente e o despertar da criatividade dos participantes envolvidos nestas atividades em grupo. Todos vão estar a serviço da nossa ancestralidade, na preservação e perpetuação do contador de histórias – narrador oral e seu respeito aos diferentes estilos.

No decorrer dos encontros quinzenalmente, os participantes vão conferindo a programação, a metodologia de ensino e aprendizagem e as atividades trabalhadas em grupo sempre vão ser apresentadas pelas ministrantes, durante o desenvolvimento do conteúdo da oficina, bem como, os profissionais convidados anualmente, para que todos possam ouvir outros contadores ministrantes e conhecer seus trabalhos.

Ao final de cada semestre (a partir de 2015), os participantes estarão levando ao público de todas as idades, o resultado da "primeira etapa" do curso, intitulado, em forma de espetáculo narrativo, em que todos vão poder aturar dentro de seu estilo próprio.

Sendo este um trabalho de formação continuada, ao final do ano, os participantes recebem a “certificação de formação da primeira etapa”, expedido pela ABCH eFCC. A certificação será de acordo com a carga horária frequentada, pelo menos de 70% das aulas. Carga horária inferior fica sem certificação.

Nosso propósito com este curso, é: promover o questionamento e a redescoberta da voz e do corpo como instrumentos sensíveis da libertação da palavra e toda a comunicação desejada. Por isto a importância da aquisição dos saberes nas suas diferentes categorias voltadas à prática da oralidade à todas as idades. Somos viajantes do tempo. O nosso transporte é o livro, a fala falada de boca-em-boca, as histórias e os mitos passados de geração-a-geração, o conhecimento continuado, para o refinamento dos estilos que estiverem juntos de Nós. Juntas, numa comunhão com os cursistas, vamos socializar o universo imaginário paralelo à teoria e à prática. Vamos buscar e solicitar os referenciais teóricos e práticos. Temos nas duas turmas: contadores, atores e atrizes, cantores, pais e mães, alunos infanto-juvenil, até um bebê no colo das suas mãe, temos bibliotecários formados e formandos da UDESC e da UFSC, professores, servidores da FCC... Todos com o desejo de aprender, de socializar conhecimentos, de refinar estilos, de estarem juntos de dois grupos heterogêneo cheio de energias boas.

Os cursistas vão entrar em contato com técnicas simples, porém, precisas às suas necessidades iniciais. Nosso trabalho já começou a fluir e cultivar o imaginário e o despertar da criatividade dos cursistas com a nossa "Velha a fiar" - uma dinâmica que lhes vai servir para movimentar e liberar o corpo e fazê-lo falar... Somos nós os contadores de histórias, os condutores da linguagem, os responsáveis pelo despertar das sensações e das emoções.

A proposta principal é rever conteúdos para o repensar da práxis (contadores veteranos), desenvolver e aprender como gerenciar as suas pretensões cheias de propostas, rever suas emoções a partir de novas relação com o objetivo de refinar conteúdos, trabalhar de controle e o potencial de concentração mental no domínio da carga emocional para maior liberdade e criatividade em cena.

A VELHA A FIAR...
Estava a velha no seu lugar, veio a mosca lhe incomodar.
A mosca na velha e a velha a fiar.
 Estava a mosca no seu lugar, veio a aranha lhe fazer mal.
                    A aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.
 Estava a aranha no seu lugar, veio o rato lhe fazer mal.
     O rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.
 Estava o rato no seu lugar, veio o gato lhe fazer mal.
  O gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a
                                                    velha a fiar.
 Estava o gato no seu lugar, veio o cachorro lhe fazer mal.
O cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava o cachorro no seu lugar, veio o pau lhe fazer mal.
O pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava o pau no seu lugar, veio o fogo lhe fazer mal.
O fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava o fogo no seu lugar, veio a água lhe fazer mal.
A água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava a água no seu lugar, veio o boi lhe fazer mal.
O boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava o boi no seu lugar, veio o homem lhe fazer mal.
O homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava o homem no seu lugar, veio a mulher lhe incomodar.
A mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.

Estava a mulher no seu lugar, veio a morte lhe levar.
A morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.


Estava a morte no seu lugar. veio a vida lhe incomodar.

A vida na morte, a morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha fiar.
(De domínio público)
Sentadas à esquerda, estão duas futuras acadêmicas da ABCH: Albertina S. Fonseca (portuguesa contadora de histórias animadas com origami) e Natália Bueno (advogada apaixonada pela arte da oralidade)
19h - VAMOS COMEÇAR DE NOVO? 
APÓS A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO ACIMA, CRISTINA MAGDALENO LOPES VOLTOU COM "A VELHA A FIAR".
 FOI UMA AULA CHEIA DE INTERAÇÕES, ASSIM COMO FOI NO MOMENTO ANTERIOR.
ENTRE UM ESCLARECIMENTO E OUTRO, ENTRAVA AS PALAVRAS CANTADAS E OUTRAS CANTIGAS, SEGUIDAS DE DUAS NARRÕES FEITAS POR CLAUDETE T. DA MATA - O CONTO DE EMMA KING-FARLOW: "A barba do tio Alonso"; LEONARDO BOFF: "Por que há tantas estrelas no céu?"
Depois estarei postando as filmagens.

INDICAÇÕES DE REFERENCIAIS TEÓRICOS:

BAJARD, Elie. Ler e dizer: compreensão e comunicação do texto escrito. São Paulo, Cortez, 1994.
BENJAMIN, Walter. Reflexões: A criança, o brinquedo, a educação; [tradução de Marcus Vinicius Mazzari; direção da coleção Fanny Abramovich]. São Paulo, Summus, 1984.
BOVO, Ana Maria. Narrar, ofício trémulo: conversaciones con Jorge Dubatti. Buenos Aires, Editorial Atuel, 2002.
BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1999.
BRYANT, Sara Cone. El arte de contar cuentos. Barcelona, Biblària, 1995.
BURNIER, Luís Otávio. A arte de ator: da técnica à representação. Campinas,SP; Editora da UNICAMP, 2001.
BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. Rio de Janeiro, Vozes, 2003. _____________. A arte de contar histórias no século XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis, Vozes, 2006.
CHAVES, Otília. A arte de contar histórias. Rio de Janeiro, Confederação Evangélica do Brasil, 1952.
COELHO, Betty. Contar histórias, uma arte sem idade. São Paulo, Ática, 1986.
ESTHÉS, Clarissa Pinkola. O dom da história. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.
FERNANDES, Federico Augusto Garcia (org.) Oralidade e literatura: manifestações e abordagens no Brasil. Londrina, Eduel, 2003.
FERRACINI, Renato. A arte de não interpretar como poesia corpórea do ator. Campinas-SP, Editora da UNICAMP, 2003.
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MARQUEZ, Martha Mendes (coord.). Da arte de contar histórias – caderno de informação e arte Palavra Imagem, nº 4. Belo Horizonte, Secretaria de Estado da Educação, 1996.
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PATRINI, Maria de Lourdes. A renovação do conto: emergência de uma prática oral. São Paulo, Cortez, 2005.
PRIETO, Heloisa. Quer ouvir uma história? São Paulo, Angra, 1999.
RAMOS, Jânia M. O espaço da oralidade na sala de aula. São Paulo, Martins Fontes, 1997.
RIBEIRO, Jonas. Ouvidos dourados: a arte de ouvir as histórias... para depois contá-las. São Paulo, Ave-Maria, 2001. 
SLADE, Peter. O jogo dramático. São Paulo, Summus, 1958.
SISTO, Celso.Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó, Argos, 2001. __________. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias (2ª ed. revista e ampliada). Curitiba, Positivo, 2005. 144p.
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ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção e leitura. São Paulo, Educ, 2000. 

Com a segunda aula, postaremos os conteúdos trabalhados.


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