COMO MEDIAR UMA BOA LEITURA DENTRO E FORA DE AMBIENTES
EDUCATIVOS, EM SARAUS, CICLO DE HISTÓRIAS, AO PÉ DO FOGO... VOCÊ ESCOLHE!
(Albertina Saudade Fonseca)
Vamos fazer deste texto um momento de discussões e alternativas conscientes para a formação dos leitores à nossa frente?
Histórias bem contadas ou lidas,
São convites para brincar com imaginação...
São músicas que fazem a dança do corpo que fala,
São imagens desnudadas em palavras que cutucam a alma...
Quando
o
Contador
Pula
de
Fora
para
Dentro
Já não é mais o mesmo ao se misturar com as luzes da alma
E o Contador de Histórias do lado de dentro erradia a Luz,
Luz que ativa a imaginação,
Luz que chamar o leitor-ouvinte,
Luz que ilumina o invisível,
O invisível que diz:
- Estou em todas as mãos...
- Se ainda há quem não está a me ver, é porque meu Contador não entrou por inteiro.
Comece sua leitura pela capa do livro.
Ler sua ilustração já é um convite à imaginação no despertar da curiosidade.
Olhe cada risco e procure sentir-se diante de uma porta a ser aberta por Você.
Conseguiu fazer isto sem perambular pelo achismo?
Superou as arestas? Então, ao iniciar a sua leitura estudo tudo o que coçar o seu coração. Se algo está a atrapalhar, de repente é um cisco a ciscar o teu olhar impedindo Você de continuar em frente. Vá descobrindo os segredos da narrativa e se redescobrindo-se por dentro o que você não suporta lá fora. Assim, aproprie-se do universo da história a ser lida/contada. Manuseie o Livro e se preciso for, sacuda-o também. Você dois precisam estar de mãos dadas ao se apresentarem juntos.
Preste atenção no tom da voz ao fazer sua leitura como se você fosse um espectador a sua frente... Imagine-se do outro lado do palco e veja os seus movimentos corporais e as suas intencionalidades. Mexa-se sob o próprio olhar.
Viu o por que da importância dos exercício de consciência corporal?
Fique atento à sua voz como um dos seus elementos a serem bem cuidados na narração oral. Nesse momento o seu elemento de cena é o livro com o enredo e seus
personagens que ganham vida por meio da voz e do corpo do narrador-leitor.
à Matilha Boca de Leão, digo: exercite o ritmo da voz, sua entonação, a impostação... o movimento corporal consciente também entra como exercício a cada leitura antes de colocar em prática o seu narrador-leitor,o mediador de leitura que vive dentro de você. Então sacuda-se e deixe-o sair a desenhar e dar vida aos Seres do imaginário de quem escreveu o livro que conquistou você.
Entretanto, além dos cuidados acima expostos, também é preciso refinar a sua capacidade de pronúncia das palavras, cuidados com os verbos e o bom vocabulário (sem vícios de linguagem, mesmo que na vida fora do ambiente literário você se comunique sem tais preocupações), caso contrário, o público ao perceber (sempre haverá na sua plateia alguém ou muitas pessoas atentas à qualidade da arte de comunicação do narrador-leitor e mediador do livro).
Entretanto, além dos cuidados acima expostos, também é preciso refinar a sua capacidade de pronúncia das palavras, cuidados com os verbos e o bom vocabulário (sem vícios de linguagem, mesmo que na vida fora do ambiente literário você se comunique sem tais preocupações), caso contrário, o público ao perceber (sempre haverá na sua plateia alguém ou muitas pessoas atentas à qualidade da arte de comunicação do narrador-leitor e mediador do livro).
Então, cuide-se, cuide-se e
cuide-se, porque se errar pela força do costume cotidiano, pela falta de exercício da palavra oralizada, pode colocar tudo a perder.
Mostre suas habilidades e sua capacidade de leitura por meio da palavra bem pronunciada e dos gestos bem elaborados - aqueles que saem das personagens, pulam do livro e são retratados por Você.
Outro inimigo do narrador/leitor, também do narrador oral tradicional
(com ou sem elementos de animação) é aquele sujeito discreto, sem piedade... aquele que pode pegá-lo de surpresa (ou não) caso Você já entra em cena de braços com o nervosismo. É o senhor "Branco", aquele que persegue sua sombra, caso você não seja mais forte que Ele - Um sujeito sem coração e desmotivador da arte que vive dentro de Você. Seja mais forte que ele que só persegue quem não se apropria do que faz. Ele gosta de narradores vestidos de fragilidades e esquecidos por si mesmos, sem buscar a força que existe dentro de si.
Quando você vai bem na suas práxis, tem certeza do que deseja e do que faz, o Senhor Branco não aparece. Você é o narrador/leitor que leva os encantos do imaginário nas asas sob as asas do coração, portanto, vive a narrar com a alma.
O leitor ouvinte, concentrado e embebecido com a sua narração/leitura mediada pelo livro, diante da fala do narrador/leitor nem percebe
um erro que surgiu de repente, caso você o cometeu sem interromper a leitura mediada, aquela que de tão bem feita que estava, ninguém percebeu. E, narrador/leitor não precisa ficar a pedir desculpas.
Um único corte repentino já é o suficiente para quebrar a
concentração e acabar com a encantamento espalhado pelo ambiente psíquico e o
espaço físico... É quando o que estava a nos contagiar de maneira tão convincente, de repente se acaba.
Então Senhor Narrador/leitor deixe-se permitir de tal forma que o
leitor/ouvinte absorto, fique a ver os seres fantásticos a pular dos livros, presenciando por meio do olhar a metamorfose das personagens, pelo encantamento e a força da palavra e dos gestos.
Então prossiga. Continue sua narração/mediada sem
cortes, sem toc, sem preocupações com o tempo presente, sem ver o
que acontece na plateia... porque nesses momentos o tempo é da história. Viva o universo imaginário e se brinque com as palavras lidas em alta-voz, certo da força da oralidade e de sua entrada no universo do
conto dentro do livro... e faça parte dele, experimento as sua emoções e retrate-as naturalmente.
Você consegue. Basta "viver o que consegue ver, ser e fazer"... Entretanto, é preciso se
preparar antes de entrar no universo mágico e fazer acontecer.
Agora estique-se, respire, abra todas as portas do seu coração
e viva todos os momentos da sua práxis porque o leitor/ouvinte vai estar com
você onde quer que você esteja, seja durante uma mediação do livro por meio de uma leitura prazerosa, mesmo que leve o ouvinte à catarse - o que acontece naturalmente quando há o encontro entre o narrador, a história e o leitor durante uma roda de histórias.
Lembre-se que não existem apostilas de
contadores de histórias, nem receitas porque o segredo está dentro de você - no seu "desejo de buscar, de querer saber como aprender e
quando fazer, de querer ser"... A arte de ser um narrador/mediador do livro e da leitura se inicia pelo exercício do desprendimento de emoções e velhos hábitos, como forma de abertura para o
novo sem medo da perda.
Tudo isto passa pela prática continuada das descobertas necessárias ao refinamento das práxis narrativas oralizadas. Então,
pesquise outros atores (contadores, escritores, pensadores filósofos...), leia mais, estude sobre a força da palavra e o ruminar do verbo,
saiba como movimentar o planeta ao seu redor, com administrar as suas práticas, permita-se ir mais além, experimente o
novo sem, necessariamente, abandonar o velho que também muito nos serve... E aventure-se de maneira
consciente...
Eu, por exemplo, mesmo depois de
aposentada, continuo acordando sempre às cinco da manhã. Ainda continuo fazendo tudo o que acabo de escrever e muito mais. Onde quer que eu consiga ir, estar e fazer, lá estou. Uma das minhas mestras é Cléo
Busatto e um dos meus mestres mais exemplares é Jesus de Nazaré - o maior contador de histórias que o mundo já ouviu... desde que me entendo por gente, sempre assisto as suas histórias.
É para garantir a nossa Missão dentro da Arte de Contar Histórias, que
estamos aqui. Seja por meio da narração oral tradicional ou por meio das leituras dos livros, que faço com a alma tudo o que tenho feito.
Faça o mesmo e verá como a gente consegue ser feliz. É só quebrar as amarras e viajar de corpo inteiro, solto e livre para ver, imaginar, criar, fazer e Ser. Foi pensando em tudo o que tenho lido e feito, que dei esta resposta ao sentir falta de uma leitura consciente para todos ao ouvir e ver que muitos escrevem para determinado público como se outros não conseguissem chegar lá.
"Eu conto histórias para as idades presentes. De cada bolso da minha saia pode sair um conto" Claudete da Mata, da Academia Brasileira dos Contadores de Histórias, no #BomdeLer
Para Eu viajar pelas brumas do imaginário preciso fazer muitas escolhas. Depois de entrar no universo da imaginação é preciso de muita dedicação, reflexões contínuas, vontade de sair da toca do cotidiano e fazer cócegas na barriga do mundo. Se chorar for preciso, choro e lavo o meu rosto desnudo. E consigo ser feliz ao arrancar o sorriso preso no corpo do outro e liberar a alegria da Alma em estado de liberdade. Por isso, escrevo e leio para todas as idades o mesmo conto. E a maneira de levar as histórias ao meu leitor é que vai ser diferente. É aquela que vai falar diferente. E os elementos podem surgir bem ali à sua frente.
Claudete
T. da Mata
Presidente
Fundadora da ABCH
Patrona
Vitalícia da Cadeira 01.
Servidora
do Estado de SC, aposentada, foi professora de magistério do ensino médio e
universitário (1985 - 2009), psicopedagoga clínica e institucional (1996 -
2009), servidora pública ministrante e coordenadora de projetos de capacitação
profissional (Estado de SC de 1997 - 2004), ministrante de cursos de
capacitações pedagógicas para professores da rede pública e privada (1997 -
2009), contadora de histórias e atriz bonequeira (até a atualidade), com
projeto de formação de escritores e contadores de histórias, doado à Biblioteca
Pública de SC - BPSC/FCC em 24 de junho de 2012, intitulado "Oficina Literária
Boca de Leão- Oficina de Formação Permanente da BPSC/FCC" onde sou ministrante e coordenadora voluntária (até a
atualidade).
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