segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dia 19 de Junho/2015 - Ensaio do Grupo Boca de Leão e dos Acadêmicos da ABCH


Dia 19 de junho - No Centro Integrado de Cultura (CIC), durante o ensaio com o grupo da Oficina Literária Boca de Leão e da Academia Brasileira de Contadores de Histórias (ABCH), conseguimos ter um momento de exercícios de consciência corporal, para prepararmos uma boa apresentação na ABERTURA DO EVENTO "TEMPO DE HISTÓRIAS", DIA 4 JULHO/2015, no Cinema do CIC, às 14h. Vai ser um evento para todas as idade.

Antes do exercício de consciência corporal: "Interpretando com expressão de alegria, tristeza e euforia", com a colaboração de Agustina Fernández, paramos para relaxar o corpo e aquecer a voz.

Após o tempo de prática/ensaio, tivemos uma pausa e aproveitei para olhar a porta do cinema do CIC. Foi quando, por alguns segundo que parecia um longo tempo, parei e consegui ver o tanto que já caminhamos até chegar no Cinema do CIC.

Viajei e vi quantos lugares já nos receberam, quantas pessoas continuam nos procurando, quantos estão nos visitando e gostando do que já fizemos, estamos fazendo e ainda temos para fazer. São pessoas que, aos poucos, estão vindo para a nossa Matilha, onde são bem recebidos. No Grupo boca de Leão, os que chegam conseguem encontrar o que desejam

É tão gratificante ver o quanto estamos sendo uteis às pessoas, à sociedade, à cultura e à todas às artes que ,vão aos poucos ganhando espaço entre nós. Então me emocionei escondida dentro de mim. 

Só em pensar que também debatemos tudo isto e o quanto conseguimos ao longo de 3 anos, manter a harmonia entre o nosso grupo - É um Presente de Deus!
A Agustina (no canto esquerdo do quadro branco), no seu segundo dia conosco, já está aberta aos trabalhos em grupo. Participou dos exercícios com uma humildade linda de ver. Ela tem formação em arte teatral, mas em momento algum negou o que ouviu respondendo às solicitações da ministrante e revelando o seu saber ao reforçar o que ouve. Ela está se entrosando com o grupo, conhecendo o que vei buscar entre nós e contribuindo nos exercícios de aquecimento da voz sem discordar com o que vê e ouve da ministrante, por ver que o conteúdo explorado oralmente e colocado no blog para estudo da matilha e seus leitores, vem contribuir com o crescimento e a formação continuada do grupo.

Agora, com a introdução e os exercício da arte de mediar o livro e a leitura, o processo de formação dos contadores de histórias está mais cheio de conteúdos que só vem contribuir mais ainda com o refinamento dos estilos apresentados. Tudo sem modificar a práxis de cada integrante.

Estarei, daqui por diante, a trabalhar a Memória Sensorial dos contadores e dos escritores de cada integrante Boca de Leão, bem como, a sua sensibilidade no mundo e o tratamento voltado à arte da palavra oralizada no momento da história. Levar a cada um a arte de saber como Alimentar as propostas da gestualidade no fazer com a "alma" emocional quando está dentro do universo do conto. Neste processo contínuo, Saber como sair da histórias e recuperar as emoções guardadas - aquelas que as pessoas vão acumulando ao longo da vida e, no caso dos contadores de histórias, as desenvolvem naturalmente. Então todas as memórias precisam ser trabalhadas, assim como faziam e ainda fazem os Griouts que, além de reunir o povo para ouvir as suas histórias, sem jamais terem passado por cursos de formação profissional ou amador, eles cantam enquanto circulam pelo enredo dos contos, dançam, tocam instrumentos muitas vezes feitos por eles mesmos, contam as histórias por meio das quais vão passando as suas culturas e as suas arte para que continuem sempre vivas na Memória Sensorial, e também vão fotografando as cenas que resultam do real e do imaginário. Assim sabem como aprender a aprender cada Ritmo e gradação das emoções a começar pela respiração aliada de forma instintiva à emoção retratada pelo narrador. 
A Albertina S. Fonseca, sempre alegre e colaborativa, está apaixonada pela mediação da leitura, outro caminho da arte de contar histórias que poucos tem explorado. Uma arte para poucos. Ler de maneira animada, exige entrega da carga emocional e todas as memórias sensoriais em cada momento do narrador, quando o corpo fala diferente e a voz é do contador, aquele sabe quando chega a vez das personagens as emoções retratadas não são do narrador. Entretanto, o narrador oral, seja numa contação de histórias ou numa mediação de leitura, precisa ser um Ser consciente de Corpo e Alma sempre abertos ao entrar em cena.
Esta leoa esta encantada com a arte de ler e mediar o livro. Está a "fazer e ser" cada vez melhor.  É uma contadora de histórias que desejar sempre fazer o melhor e dar o melhor de si.
Ela está aberta ao novo sabendo aproveitar, com aquilo que já sabe, para refinar a sua práxis e revisar conteúdos que lhe mostram o quanto ainda tem a aprender para ser uma viajante da arte de contar histórias e saber manipular os elementos virtuais e concretos que animam a narrativa e encantam quem a ouve e vê contar. 
Albertina está aprendendo a entrar no universo das histórias e se entregar com a alma. Ela é generosa com os colegas e está sempre disposta a cooperar. É transparente nos seus sentimentos. Então está aprendendo a aprender como retratar as características emocionais das personagens. Ela está deixando o corpo falar. 
 Aparecida Facioli, uma senhora beirando os seus 70 anos de idade, aos poucos está se encontrando dentro do universo imaginário, lugar onde a conscientização da necessidade de trabalhar a Memória sensorial e emocional se faz necessário para quem quer ser um contador de histórias com consciência do corpo inteiro, junto ao saber da arte de contar, imaginar e retratar o universo imaginário. Ela tem se esforçado muito para fazer o melhor. Entretanto, sabe das suas necessidades, dos seus limites e das grandes oportunidades que exigem do narrador oral, a busca constante do saber e da importância da entrega para fazer o melhor de si, não o brilhar mais que o outro.
 A vovó Aparecida, como deseja contar histórias e com elas complementar a sua renda, ouve atenta as orientações recebidas no grupo, em especial pela ministrante, e tem se esforçado e deixado fluir as asas do seu imaginário. É o que sempre falamos: em grupo precisamos expor as nossas ideias, nossas dificuldades, nossas intensões a impressões que temos de cada momento falado, ouvido e trabalhado pela ministrante. E saber sobre a importância da busca pelos estudos e pesquisas teóricas, ler outros autores e ouvi-los falar sobre os seus anseios, não muito diferentes dos nossos... Buscar outros autores, é um meio de encontrar referências que vão orientar as nossas práticas e abrir caminhos para encher o nosso repertório de histórias apaixonadas por nós, vice-versa. 

Contadores de histórias e mediadores do livro e da leitura, precisam estar sempre de caso com a palavra e ruminar sempre os verbos. De repente, fazer como as lavadeiras de Alagoas. Aquelas que tanto orientavam o processo criativo de Graciliano Ramos deixando-o cada vez mais atento na hora de escrever as suas memórias.
 enquanto Aparecida narrava uma histórias de cordel para criança, da autora Mariani Bigio, Albertina ia dando as deixas a ela, nos momentos do branco.
Foi uma experiência boa e muito produtiva. As contadoras não se sentiram menores. Ao contrário, sentiram que a colaboração do outro só vem contribuir com o crescimento individual e coletivo de cada um. Elas sabem que, o contador de histórias prepotente, corre sérios riscos de ficar no engessamento do processo narrativo, podendo ficar sem condições de olhar para dentro de si e ver o quanto precisa melhorar...
 
Entretanto, a contadora de histórias, Aparecida Facioli, aos poucos está se conscientização da necessidade de trabalhar a Memória que vai dar Vida ao corpo que, quando bem trabalhado, saber como retratar as emoções e separá-las para contar, imaginar e mostrar ao público o universo imaginário. Ela tem se esforçado muito para fazer o melhor.

Todas receberam orientações sobre como circular pelo ambiente de cena, como trabalhar a voz do narrador e a voz das personagens durante a oralidade das histórias com diálogo e como interagir com as palavras faladas e lidas (mediação da leitura) e como interagir com os elementos de animação das das histórias, como dar vida aos elementos no tempo e espaço deles - momento em que o narrador precisa ficar neutra ao dar vida aos personagens.

Agora começamos os ensaios de preparação do narrador para as apresentações do espetáculo "Tempo de Histórias". Então todos os contadores precisam aprender como fazer a associação da fala falada automática e sistematicamente saber como fazer as proposições gestuais e verbais no momento do narrador, por exemplo: ao retratar as personagem e suas emoções. 

Durante os ensaios, todos vão sendo orientados pela ministrando, sobre como desenvolver uma linguagem total: verbalizada e visualizada pelo contador de histórias ao exteriorizar e dar asas ao seu narrador. Quem estiver participando dos ensaios vai estar refinando a sua práxis ao aprender a aprender como fazer em cena.

Claudete T. da Mata





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