Este foi um encontro que me fez parar mais um pouco para pensar. Depois do Festival, fiz uma parada para refletir melhor.
Depois de ouvir os palestrantes e por final, ouvir mais um pouco sobre o Plano Nacional do Livro e da Leitura, momento em que nos dizem sobre a existência das quantidades de livros e que não se pode mais falar na falta deles dentro das bibliotecas do Brasil, me paro a pensar mais ainda sobre a necessidade de se fazer uma campanha para tirar os livros das caixas que muitos escritores possuem em suas casas. E pergunto: Por que ainda podemos ver e ouvir temas que se repetem a cada décadas, sobre a falta da cultura da leitura que impede as pessoas de todas as idades, serem leitores ávidos pela aquisição de livros?
Pela falta da cultura da leitura, os livros já não são tão apreciados nos dias atuais. O que falta para ser mais divulgados?
Esta parte do Fórum e os demais momentos vividos neste Festival Bom de Ler, consegui ver que nada mudou como deveria, porque ainda não atingimos o nível de leitores apaixonados pelo livro e pela leitura. Destes que tem o prazer de comprar livros, de ganhar livros de presente, de compartilhar a leitura e sem querer, despertar no outro o desejo de ler.
A escola, desde o princípio, porque ainda vejo em todos os encontros desta natureza, que repete a postura de sempre: usa o livro pelo cumprimento do planejamento curricular.
Pergunto cá para os meus botões que sempre estão a me ouvir: "Por que não ter na grade curricular escolar uma disciplina de estímulo do alunos para o livro e a leitura, como: "O leitor de caso com o livro". Não seria esta uma proposta em que a escola poderia estar trabalhando o livro como elemento guardador do saber e a leitura como uma arte de solver o saber para aprender a aprender sem que os alunos carreguem consigo o duro momento de ter que ler por imposição do outro, em vez da dedicação pelo prazer de fazer?
Fui professora mais de 20 anos. Muito me entristecia ao ouvir as palavras do outro, aquelas que chegam aos ouvidos e aos olhos de muitos alunos como espaço de sofrimento, não de prazer ao receber o livro para o simples e imposto cumprimento de tarefas. Passei por momentos semelhantes, nos primeiros momentos de escolarização do saber, na minha meninice, por ter de volta estas lembranças, entendo a postura dos alunos, no dia 26 de maio, ao receberem a caixa de livros. Foi um momento em que vi estampado em alguns rostinhos, o desgosto pela leitura. Ele foram submetidos, por meio de um convite que para muitos não era o momento desejado. Mesmo que tenham sido orientados pela professora e pela mediadora Cristina Lopes, o que muitos queriam, não era sentar para ler.
Então, ao perceber a insatisfação daqueles que mostravam uma postura de inquietação ao terem que pegar um livro e sentar para leu, conversei com alguns e descobri o que eles desejavam: "ouvir a contadora narrar histórias". Foi quando me veio ao pensamento: "É mesmo, a nenhum deles foi dada outra opção." E a equipe organizadora, ao perceber a inquietação dos "leitores" com os livros, chamaram as contadoras de histórias e solicitaram um momento de narração oral. Foi quando o "grupo de leitores - ouvintes" foram levados para outra sala onde aquietaram o coração para ouvir histórias. Após vivenciar estes momentos práticos e de reflexão, volto a pensar e a falar, agora, com os meus dedos: "Até quando, dentro do espaço escolar, muitos professores, aqueles que não gostam de ler, vão ficar fazendo do livro um objeto insuportável e do momento da leitura um espaço de castigo?
Foi assim: Enquanto eu ouvia os comentários saindo de boca-em-boca, após as falas de cada palestrante, sobre o papel do livro e da leitura, tudo ia vindo e sacudindo a minha memória. Resultado: na Oficina Literária Boca de Leão, foi incluído na formação do contador de histórias, o contador mediador do livro e da leitura. Todos os leões estão ficando apaixonados pela leitura. Os livros estão vindo ao grupo de formação, com mais paixão.
Agora a nossa Matilha está se deliciando pelo livro e a leitura mediada e animada com a alma do leitor ao dar vida à voz do narrador. No dia 4 de julho/2015 vamos levar, além da narração oral de histórias, a mediação da leitura para o despertar do desejo de ler livros.
Claudete T. da Mata
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