Primeiro Momento: 15h
Nos encontramos após a apresentação do dia 16 de maio, quando tiramos um tempo inicial para uma breve avaliação das contadoras que se apresentaram no
- Quem deseja contar histórias animadas com bonecos, precisa aprender a arte do narrador-manipulador de bonecos. Sem este aprendizado, os nossos contadores não devem narrar com recursos concretos. Contadores-manipuladores precisam de exercícios de consciência de corporal contínua, técnicas de manipulação e muitos ensaios para emprestar vida aos bonecos.
Assistimos os vídeos de duas apresentações, onde todos puderam ver o que precisa ser melhorado e o que deve ser trabalhado na práxis para que, daqui por diante, todos possam caminhar lado-a-lado, sem tantas diferenças na forma de atuar. Tudo, sem interferir no estilo de cada um, somente refinar as suas práticas, aprender e apropriar-se das técnicas de consciência corporal: do olhar ao mais simples movimento; da voz ao mais simples sussurro... do caminhar sem sair do lugar, dos cuidados com o corpo inteiro, da disciplina do narrador ao trabalhar em grupo, do seguimento das regras implícitas no planejamento de apresentação, da participação nos ensaios... E, exercitar, exercitar, exercitar sempre.
O livro mostra a trajetória de Liesel Meminger contada por uma narradora um tanto mórbida, entretanto, um Ser muito simpático que, ao perceber que a menina roubava livros consegue escapar. É quando a Morte afeiçoa-se à menina e passa a rastrear as suas pegadas de 1939 a 1943. São traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los em troca de dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. Essa obra, que ela ainda não sabe ler, é seu único vínculo com a família.
Nos encontramos após a apresentação do dia 16 de maio, quando tiramos um tempo inicial para uma breve avaliação das contadoras que se apresentaram no
Cinema do Centro Integrado de Cultura - CIC, em Florianópolis, no mês das Mães.
(Vó Filomena e Cidorinha)
Estas são duas das minhas criações. Cidorinha nasceu em 2006 e Vó Filomena em 2008. Elas contam muitas histórias. A menina foi adotada pela contadora de histórias e escritora, Dora Duarte, que diz: "Cidorinha é uma menina tímida, ao contrário do Igor o serelepe, são irmãos por adoção. Desde 2006 ela me acompanha vez em quando em datas específicas, nas contações de histórias, o Igor, desde 2012, este é abelhudo, intrometido e xereta, está sempre me acompanhando nas creches e escolas, é o xodó da criançada!" Igor é outro boneco feito por Dora, em uma oficina de teatro de bonecos que ministrei na Biblioteca Pública de Santa Catarina/Agosto de 2011.
Conversamos sobre os pontos a serem melhorados. Por exemplo sobre quem deseja contar histórias com arte de manipular bonecos. Então, sempre digo ao Grupo Boca de Leão:
Conversamos sobre os pontos a serem melhorados. Por exemplo sobre quem deseja contar histórias com arte de manipular bonecos. Então, sempre digo ao Grupo Boca de Leão:
Assistimos os vídeos de duas apresentações, onde todos puderam ver o que precisa ser melhorado e o que deve ser trabalhado na práxis para que, daqui por diante, todos possam caminhar lado-a-lado, sem tantas diferenças na forma de atuar. Tudo, sem interferir no estilo de cada um, somente refinar as suas práticas, aprender e apropriar-se das técnicas de consciência corporal: do olhar ao mais simples movimento; da voz ao mais simples sussurro... do caminhar sem sair do lugar, dos cuidados com o corpo inteiro, da disciplina do narrador ao trabalhar em grupo, do seguimento das regras implícitas no planejamento de apresentação, da participação nos ensaios... E, exercitar, exercitar, exercitar sempre.
Foram aproximadamente 40min de avaliações por meio de indicações, respostas às críticas construtivas e como chegar até os contadores ausentes neste encontro. Foi proposto um encontro só para este fim: Avaliação geral e auto-avaliação sob orientação.
Segundo Momento: 15h50
Demos início ao processo criativo, sendo colocado sobre a mesa, dois objetos de inspiração:
Albertina, Evandro e Saray, além de observar os elementos, experimentaram um deles.
A Albertina Saudade Fonseca, antes do momento que ela intitulou de "Lampejo", pousou com o chapéu inspirador. Foi quando fiquei a pensar sobre os momentos de aprendizado em sala-de-aula (nas escolas)... Sobre o quanto seria produtivo e atrativo estar a aprender envolvido com os objetos do saber, assim de maneira lúdica, sem a obrigação do "Ter que fazer para Ser o melhor".
Hoje, com os meus quase sessenta anos de vivência e sobrevivência, diante de cada leão, lá no auditório da Casa de Asas, assim como nesse momento: volto sempre aos meus pensamentos e vejo o quanto eu poderia ter feito neste mundo cheio de Seres pensantes e o quanto eu poderia ter feito mais do que fiz em sala-de-aula, desde a minha meninice quando fui aluna na época do governo de Castelo Branco. O quanto eu teria de tempo para dar conta dos meus estudos se não houve tantas castrações do imaginário lá na minha faze de escola. Como ainda há. Infelizmente, ainda encontramos orientadores do saber (professores) com suas cabeças cheias de neurônios de portas fechadas... lá, em sala-de-aula, a castrar o imaginário dos aprendentes que, mesmo tentando mil vezes, não conseguem concretizar as suas intenções. Nem mesmo por meio de uma única vírgula. É certo que mais tarde, eles vão falar a alguém:
- Tenho a cabeça cheia de ideias, mas não consigo colocar uma delas na folha de papel.
Então quando vejo a Albertina e o Evandro Jair Duarte (Bibliotecário da Biblioteca Pública de SC e Supervisor da OLBL) a brincar com os elementos de inspiração, vejo onde podemos encontrar o prazer de aprender a aprender a dar asas à imaginação.
É quando as ideias vão reverberando no coração e saindo pelos dedos. |
É a arte de brincar com as palavras nas brumas do saber antes do pensamento vir a Ser.
Exposição de experiências voltadas às práticas literárias criativas.
Trocamos ideias a partir dos estudos feitos individualmente e trazidos ao grupo, sobre as influências e as tendências do mercado literário, onde o estudo do público alvo é um dos pontos primordiais para quem pretende editar livros e levá-los ao leitor
Temos no Grupo aqueles que não pretendem editar seus livros com o desejo de venda. Outros entendem que o comércio do livro vem quando ele vai até ao leitor, por esta razão a venda acontece naturalmente.
Para ser comercializado , o livro precisa de qualidade literária (linguagem que vá ao encontro do público alvo e todos os cuidados com o processo de revisão, arte gráfica e diagramação) e da própria impressão com material também de qualidade. Se o autor vai trabalhar com ilustrações, o ideal que encontre um ótimo designer ilustrador e permaneça com ele, sem estar trocando de profissional a cada livro.
Saray falou sobre o texto literário do filme "Diário da Esperança", que trabalho o processo de endurecimento presente nos membros familiares (avós, netos...) envolvidos nos acontecimentos reais, tudo muito bem trabalhado - vestido de nuances da realidade e situações de desejo... enredo que passeia enredo o real e o imaginário - o desejo não realizado. É uma literatura que não serve para todos os leitores.
O tipo de literatura pesada para leitores que preferem ler algo mais leve por não suportar, de repente, por estar diante de uma realidade indesejada. Mesmo por meio do livro ou diante de um filme.
Albertina, por exemplo, manifestou-se ao lembrar do estilo literário do autor Saramago que segue no seu processo de escrita sem pontuações, preferindo deixar sob a responsabilidade do leitor. E falando sobre este e outros autores, ela diz "não gostar de literatura aborrecida".
Evandro falou sobre a "Menina que roubava livros", que o encantou desde o início da leitura, quando viu a Morte contando uma história.
O livro mostra a trajetória de Liesel Meminger contada por uma narradora um tanto mórbida, entretanto, um Ser muito simpático que, ao perceber que a menina roubava livros consegue escapar. É quando a Morte afeiçoa-se à menina e passa a rastrear as suas pegadas de 1939 a 1943. São traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los em troca de dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. Essa obra, que ela ainda não sabe ler, é seu único vínculo com a família.
Assombrada por pesadelos, a menina compensa o medo e a solidão das noites com a cumplicidade do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que a ensina a ler. Em tempos de livros incendiados, o gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. A vida na rua Himmel é a pseudorrealidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um jovem judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela história. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto.
Gosto de ver além do que leio e do que falo. Então escrevi este comentário que foi recheado com a sinopse do livro.
Claudete (EU) comentou sobre as dificuldades que manifestamos ao concluir determinadas leituras. Eu, por exemplo, até o momento, não consegui concluir a leitura do livro "A Cabana". Ele está sempre a me olhar lá na estante do quarto de minha filha. Parece estar a me pedir:
- Me pega, vai! Começa do começo e não pare no mesmo lugar de sempre. Continue. Quero lhe mostrar o meu clímax.
Eu olho para Ele e digo:
- Ainda não estou pronto!!
Por meio das minhas próprias experiências de leitora, consigo entender outros leitores que acabam abandonando determinados livros.
Não deixamos de falar sobre o escritor Júlio Cortàzar e o quanto ele tem nos ajudado com o seu processo criativo que a princípio provocou estranhamento em alguns leões. Entretanto, depois de ser lido e estudado em grupo, passou a ser um dos nossos preferidos. E prosseguimos com o nosso ciclo de conversar sobre os autores que estamos lendo e os que já foram lidos por nós. E encerando o debate sobre autores e suas literaturas, iniciamos o exercício voltado à prática do escritor.
Outro momentos marcante sobre como trabalhar com o processo criativo a partir das lembranças de momentos especiais, onde o real pode virar ficção.
Antes do desnudar do verbo a ruminar no pensamento consciente, a arte de brincar com os elementos de criação, contar e encanta o narrador.
A Saray Martins explorou e arrancou do imaginário este lampejo:
O Chapéu e o Leque!
Ela era muito pobre, se sentia feia e desengonçada. Ela pensava que só tenho roupas bonitas, leques e chapéu teria a chance de amar e ser amada.
No instante que assim pensava, foi atropelada por uma carruagem. E, um homem altivo a carrega em seus braços protegendo-a da lama e da chuva fria que invadia o lugarejo.
Dentro da carruagem ela percebe a existência de um lindo chapéu e um leque de raro valor. O homem ao perceber o encantamento da moça pelos objetos, oferece à moça o leque e o chapéu. Esta, com um grande sorriso de gratidão, agradece e retira-se da carruagem acreditando assim que agora poderia amar e ser amada.
Como outras histórias, esta não tem um final feliz entre o mocinho e a mocinha. Mas tem um final feliz para a menina pobre que só queria um leque e um chapéu. (Saray Martins, 19.05.2015 - BPSC/BR)
O Evandro fez a leitura da sua criação e nos deixou este registro:
O fazendeiro e o vendedor, em breve vão estar entre nós. Eles foram para casa com o criador (Evandro), onde vão ser trabalhados individualmente. Eles retornarão no próximo encontro, dia 16 de junho.
Das 18h30 às 20h30, um encontro especial com o retorno da nossa Leoa Viviane R.
Vivi chegou pronta para continuar. Ela passou por mais de 9 meses de tratamento ortopédico. Por esta razão ficou afastada da matilha. Entretanto, sempre nos acompanho pela internet.
Depois de falarmos sobre as novidades, entramos no chapéu e no leque. Depois de um breve relato sobre o que estamos a fazer nos dois grupos de formação: Escritor e Contador de Histórias.
E, exercitamos o processo de mediação do livro e da leitura. A Viviane nos mostrou que, mesmo estando afastada dos encontros, continuou exercitando o que aprendeu. Foi gratificante.
Ao final fiquei assim. Não fui autorizada a postar as cenas dessa parte do trabalho literário. Mais tarde sei que todos poderão ver que maravilha de escritora e contadora é a nossa Leoa Viviane.
E seguimos para as nossas casas. Na semana de 25 a 29 de maio, participamos do Festival Bom de Ler, do Instituto Parati. Depois posto as novidades desta semana de muito aprendizado.
Por hora deixo o meu lampejo:
Menina de Chita
Marianinha era pura negação. Era só colocar os pés no salão, que os rapazes iam se ajeitando com os seus pares. Ela nem lhes dava bola. A menina sabia o que queria.
Era sempre assim. Ela chegava com o seu abanador a jogar sua brisa por onde passava. Sua cabeça coberta, era pura fantasia. Nos braços levava uma marreca, toda faceira com um chapéu com fuxico e renda, o que mais chamava a atenção de todos.
Marianinha não sabia que as outras moçoilas só eram tiradas para dançar quando ela e a marreca chegavam. Mas o que ninguém sabia era o que a menina mais queria - Desfilar com a sua marreca.
Assim vamos colocando os nossos exercício no papel com a Alma.
Claudete T. da Mata, 19,05.2015, BPSC/BR.
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